Israel confirma eliminação do líder máximo do Hamas, Yahya Sinwar
Sinwar, considerado o arquiteto do massacre de 7 de outubro de 2023 que matou mais de 1.200 pessoas, era um dos principais alvos das forças de segurança israelenses
Israel confirmou nesta quinta-feira, 17, a morte de Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas, durante uma operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A confirmação da morte de Yahya Sinwar ocorreu no dia 14 de Tishrei de 5785, poucas horas antes do início de Sucot, festividade que começa ao entardecer no calendário judaico. Sucot, ou Festa dos Tabernáculos, relembra os 40 anos que os hebreus passaram no deserto, abrigados em cabanas temporárias sob a proteção divina.
Para muitos israelenses, a eliminação de um dos maiores inimigos de Israel, justamente no começo de uma celebração que simboliza proteção e sustento, traz um peso simbólico importante, reforçando a sensação de vitória e segurança.
Sinwar, considerado o arquiteto do massacre de 7 de outubro de 2023 que matou mais de 1.200 pessoas, era um dos principais alvos das forças de segurança israelenses. Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, chegou a antecipar a notícia de maneira velada em suas redes sociais, adaptando um trecho de Levítico 26: “E perseguir o inimigo… Iremos alcançar todos os terroristas – e eliminá-los”.
A operação, que teve como alvo um esconderijo em Rafah, resultou na morte de três militantes, entre eles Sinwar. Fontes de inteligência israelense já consideram confirmada a eliminação do líder do Hamas, e testes de DNA estão sendo conduzidos para identificar os outros militantes mortos. “A morte de Sinwar é uma vitória crucial na luta contra o terrorismo”, afirmou Gallant, ressaltando a importância estratégica da ação.
Sinwar vinha sendo procurado desde que coordenou o ataque que resultou em centenas de mortes e no sequestro de mais de 250 reféns. Desde então, Israel intensificou sua campanha militar para desmantelar a liderança do Hamas, culminando na eliminação de Sinwar, um dos últimos grandes líderes do grupo ainda em operação.
O grande responsável pelo terrível conflito Israel-Hamas e seus milhares de mortos tem nome, sobrenome e rosto conhecidos. Ele é tratado como “cadáver que anda” por Israel e se chamaria “João” no Brasil, por conta da versão do nome de João Batista, ou “Yahya”, no Corão.
No começo do conflito, sua imagem dando um beijo carinhoso no fotojornalista Hassan Eslaiah, colaborador da CNN Internacional e Associated Press (AP), chamou a atenção do mundo para esse líder terrorista que tinha laços tão estreitos com a imprensa que molda a opinião pública ocidental.
A primeira vez que Yahya Sinwar pisou no Irã foi em 2012, um ano depois de ter sido libertado da prisão israelense onde havia passado mais de duas décadas. Ismail Haniyeh, que seria eliminado em Teerã em 31 de julho de 2024, apareceu em vídeo apresentando Sinwar ao aiatolá Seyyed Ali Khamenei, durante reunião de terroristas com o líder supremo iraniano.
“Temos conosco dois irmãos libertados. [Um deles é] Yahya Sinwar, que passou 25 anos de em prisão da ocupação sionista, condenado a 430 anos”, disse Haniyeh enquanto apontava para o futuro arquiteto do massacre de 7 de outubro cometido pelo Hamas em território israelense. Sinwar estava sentado em uma cadeira ao lado de outros palestinos. Khamenei sorriu para ele, antes de dizer todos ali, sem dúvida, “emergiriam vitoriosos” em sua luta contra o regime sionista graças às suas fortes crenças.
Afinal, quem é o líder do Hamas?
Nascido em 1962 no campo de refugiados de Khan Yunis, Yahya Sinwar teve uma infância marcada pelo conflito Israel-Palestina. Condenado por planejar o sequestro e assassinato de soldados israelenses, passou 23 anos em prisões israelenses, onde estudou hebraico para “conhecer o inimigo”.
Na prisão, Sinwar foi tratado de um tumor agressivo no cérebro e só estava vivo no ano passado, comandando a morte de israelenses, por conta da medicina de Israel.
Libertado em 2011 nos Acordos de Gilad Shalit, sua soltura foi um dos momentos mais controversos do conflito. Em 2017, Sinwar se tornou líder do Hamas em Gaza, adotando uma postura radical e intransigente. Em maio de 2021, ameaçou Israel num comício com ataques violentos que se concretizaram no massacre de 7 de outubro.
Eylon Levy, ex-porta-voz de Israel, também comentou a morte de Sinwar nas redes sociais, afirmando: “É possível que em algum lugar do inferno, Yahya Sinwar esteja sentado com toda a liderança do Hamas, olhando para cima e pensando que eles deveriam ter libertado os reféns quando tiveram a chance”. A declaração de Levy ecoa o sentimento de alívio e justiça percebido em Israel após o sucesso da operação.
A eliminação de Sinwar ocorre após uma série de ações bem-sucedidas contra líderes terroristas nos últimos meses, incluindo Hasan Nasrallah, chefe do Hezbollah, morto em Beirute, e Mohammed Deif, líder militar do Hamas, eliminado em julho.
Com a morte de Sinwar, Israel reafirma seu compromisso de continuar a eliminar a liderança do Hamas e neutralizar as ameaças à sua segurança. A operação é vista como um divisor de águas no conflito em Gaza, mas as autoridades israelenses alertam que a guerra contra o terrorismo ainda não terminou.
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