Israel chama seu embaixador espanhol para consultas
Netanyahu disse ter instruído o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, a chamar o embaixador de Espanha para uma reprimenda “após a vergonhosa declaração do primeiro-ministro espanhol”.
O governo israelense chamou de volta seu embaixador em Madri e disse que repreenderá seu diplomata espanhol em Tel Aviv depois que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez (Partido Socialista Operário Espanhol), disse ter dúvidas se Israel estava cumprindo o direito humanitário internacional em sua ofensiva em Gaza.
A declaração de Pedro Sánchez foi feita em 30 de novembro, durante uma entrevista televisiva.
Nas declarações feitas à emissora estatal espanhola, TVE, Sánchez condenou os ataques do Hamas, mas disse que “os países amigos têm realmente de ser capazes de dizer coisas uns aos outros”.
“Dissemos desde o início que o que o Hamas fez em Israel é absolutamente atroz e abominável”, disse ele, acrescentando que assistiu a 20 minutos de imagens “muito duras” dos ataques durante a reunião da semana passada com o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu.
“Também sempre demonstramos o nosso compromisso público com a necessidade de o Hamas libertar todos os reféns que mantém imediatamente e sem quaisquer condições”, disse Sánchez.
“Mas temos de dizer a Israel, com a mesma convicção, que as suas ações devem se basear no direito humanitário internacional. Mas com as imagens que vemos e o número crescente de pessoas – especialmente rapazes e moças – que estão sendo mortas, tenho dúvidas genuínas de que estejam cumprindo o direito humanitário internacional.”
Sánchez disse ainda que uma solução política para a crise exige “o reconhecimento do Estado palestiniano” e que “é do interesse da Europa abordar esta questão por convicção moral, porque o que estamos a ver em Gaza não é aceitável”.
A Espanha já indicou que poderá estar disposta a reconhecer unilateralmente um Estado palestiniano se outros membros da União Europeia não o fizerem coletivamente.
Netanyahu disse ter instruído o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, a chamar o embaixador de Espanha para uma reprimenda “após a vergonhosa declaração do primeiro-ministro espanhol”. Ele também observou que os comentários foram feitos no dia em que o Hamas assassinou mais três pessoas e feriou outras 13 em Jerusalém Oriental, durante a trégua.
Por meio da sua rede social, Eli Cohen reiterou: “Israel age e continuará a agir de acordo com o direito internacional e continuaremos a guerra até a libertação de todos os raptados e a eliminação do Hamas em Gaza”.
As relações entre Espanha e Israel têm sido tensas nas últimas semanas, depois de alguns membros de extrema esquerda do anterior gabinete de Sánchez criticaram a reação de Israel às atrocidades terroristas e sugeriram que Netanyahu deveria ser levado perante o tribunal penal internacional.
A embaixada de Israel em Madrid descreveu as observações como “profundamente imorais” e acusou alguns deputados espanhóis de se alinharem com o “terrorismo ao estilo do ISIS”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)