Irã promete “vingar o sangue” de Ismail Haniyeh
"O regime sionista criminoso e terrorista martirizou nosso querido hóspede em nossa casa e nos causou sofrimento, mas também abriu caminho para uma punição severa para si mesmo", declarou o aiatolá Ali Khamenei
Teerã prometeu vingar a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
Haniyeh foi morto em um ataque em sua residência em Teerã nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, 31 de julho, disseram autoridades do Hamas e do Irã.
O ataque ocorreu horas depois de Israel dizer que havia matado um comandante sênior do Hizbollah em um ataque aéreo em Beirute, a capital libanesa.
Israel não assumiu a responsabilidade pela morte de Haniyeh e normalmente não confirma nem nega tentativas de assassinato no Irã. Mas autoridades israelenses disseram anteriormente que responsabilizariam todos os líderes do Hamas pelo ataque do grupo em 7 de outubro ao sul de Israel.
Na quarta-feira, 31, o ministro da defesa israelense Yoav Gallant disse: “A operação hoje à noite em Beirute foi precisa e profissional. Não buscamos guerra, mas estamos nos preparando para todas as possibilidades.”
O líder do Hamas estava vivendo exilado no Catar, mas viajava com frequência para o Irã, que apoia o Hamas como parte de seu chamado eixo de resistência.
Haniyeh compareceu à posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, na terça-feira, 30, evento no qual também esteve presente o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckimin.
Vingar o sangue
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com um chamado para “vingar o sangue [de Haniyeh]”, dizendo que era um “dever” do Irã porque o incidente “ocorreu dentro do território da República Islâmica”.
Ele acrescentou: “O regime sionista criminoso e terrorista martirizou nosso querido hóspede em nossa casa e nos causou sofrimento, mas também abriu caminho para uma punição severa para si mesmo.“
Haniyeh, que é o líder político do Hamas desde 2017, é o membro de mais alto perfil do Hamas a ser morto após o ataque do grupo militante em outubro e a ofensiva retaliatória de Israel em Gaza.
Irã X Israel
As tensões já haviam aumentado depois que Israel disse ter matado Fuad Shukr, um comandante sênior do Hezbollah, em um ataque aéreo a um prédio residencial no sul de Beirute na terça-feira 30. O ataque ocorreu em retaliação a um ataque de foguete no sábado que matou jovens e crianças em um campo de futebol nas Colinas de Golã.
Israel culpou o Hezbollah pelo ataque, o incidente mais mortal para civis em território controlado por Israel desde que os dois lados começaram a trocar tiros quase diariamente há quase 10 meses.
O Hezbollah, considerado um dos atores não estatais mais fortemente armados do mundo, alertou Israel anteriormente contra “qualquer assassinato em solo libanês contra um libanês, sírio, iraniano ou palestino”, sugerindo que o ataque israelense seria recebido com uma resposta decisiva.
Em uma declaração de luto por Haniyeh, o Hezbollah disse que sua morte “aumentaria a determinação e a teimosia dos combatentes da resistência em todas as arenas de resistência para continuar o caminho da jihad e tornaria sua determinação mais forte no confronto com [Israel]”.
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