Irã faz ameaça contra reforço da segurança no Mar Vermelho
Mohammad Reza Ashtiani, ministro da Defesa do Irã, advertiu contra a formação de uma força-tarefa marítima dos EUA no Mar Vermelho, prevendo “problemas extraordinários” para a iniciativa. Essa declaração é significativa devido ao papel estratégico do Mar Vermelho no comércio global, destacando as implicações geopolíticas da região.
Mohammad Reza Ashtiani, ministro da Defesa do Irã, fez ameaças aos EUA e França contra a formação de uma força-tarefa marítima no Mar Vermelho. A região é alvo de ataques pelos Hutis, terroristas do norte do Iêmen leais ao regime iraniano.
“Se eles [EUA e França] fizerem tal movimento irracional, enfrentarão problemas extraordinários”, disse Ashtiani à Agência de Notícias dos Estudantes Iraniana (ISNA) em comentários publicados na quinta, 14. “Ninguém pode fazer movimentos [militares] em uma região onde temos hegemonia”, complementou. Ashtiani não especificou quais medidas o Irã poderia tomar em resposta à criação da força-tarefa.
O Mar Vermelho é uma das rotas de navegação comercial mais importantes do mundo, atuando como corredor vital para o transporte de petróleo, gás e mercadorias entre a Europa, a Ásia e a África. Ele conecta o Canal de Suez ao Oceano Índico, uma via marítima crucial para o comércio global e a economia de muitos países.
“Partidários de Deus”
Os Hutis, ou “Ansar Allah” (“Partidários de Deus”, em árabe), são um grupo terrorista xiita do Iêmen. Eles surgiram na década de 1990 no norte do Iêmen, mas ganharam destaque e poder durante a crise política de 2011, a “Primavera Árabe”. Houve uma série de protestos no país contra o regime do então presidente Ali Abdullah Saleh.
O nome do grupo vem da família Houthi, que liderou a revolta no Iêmen. Os Hutis são conhecidos por sua oposição ao governo do seu país e têm ligações diretas com o Irã. Após a saída de Saleh, em 2012, os Hutis começaram a se opor ao novo governo liderado pelo presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, que eles consideravam ilegítimo.
Esse posicionamento levou a uma expansão territorial dos Hutis e ao agravamento da guerra civil, culminando na tomada da capital, Sanaa, em 2014. Após a saída do poder em 2012, Saleh e os Hutis formaram uma aliança de conveniência contra o governo de Hadi. Essa aliança foi fundamental para os Hutis tomarem a capital.
A relação foi marcada por tensões e divergências internas e se desfez em 2017, levando à morte de Saleh pelas mãos dos Hutis após ele ter se voltado contra eles.
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