Trinta e quatro detidas iranianos iniciaram uma greve de fome para “comemorar” o segundo aniversário do movimento “Mulheres, Vida, Liberdade” e a morte na detenção de Mahsa Amini, detida por não respeitar o rigoroso código de vestimenta islâmico, anunciou Narges Mohammadi.

A iraniana laureada com o Prêmio Nobel da Paz de 2023, detida desde Novembro de 2021, anunciou sobre a fome em solidariedade com o povo que protesta no Irã contra as políticas opressivas do governo.

Manifestantes em Paris

Foi gritando “Mulher, Vida, Liberdade” que centenas de pessoas marcharam em Paris no domingo, 15 de setembro, para apoiar a sociedade civil iraniana, dois anos após a morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana morta por causa de um véu mal usado no Irã.

A marcha foi organizada por um coletivo de cerca de vinte associações de direitos humanos e recebeu também o apoio de Benjamin Brière e Louis Arnaud, dois franceses que foram detidos e arbitrariamente no Irã antes de serem libertados, respectivamente, em maio de 2023 e em junho passado.

O Irã é acusado de prender ocidentais sem razão e de os utilizar como moeda de troca durante negociações entre Estados. A diplomacia francesa descreve estes prisioneiros como “reféns do Estado”.

Sylvie Brigot, diretora-geral da Anistia Internacional, denunciou a continuação da repressão. “Ainda utilizam a pena de morte em grande escala como instrumento para incutir medo”, lamentou. “E ainda há milhares de pessoas detidas injustamente e sem julgamento.”

Irã e as guerras

Os EUA e o Reino Unido estão cada vez mais preocupados com o fato de a Rússia estar compartilhando com o Irã informações e tecnologias secretas que podem aproximá-lo da capacidade de construir armas nucleares, em troca de Teerã fornecer a Moscou mísseis balísticos para sua guerra na Ucrânia.

O Kremlin aumentou sua cooperação com o Irã em suas ambições de obter armas atômicas nos últimos meses.

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