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Intel entra em crise com demissões em massa

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4 minutos de leitura 08.09.2024 13:45 comentários
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Intel entra em crise com demissões em massa

A Intel anuncia cortes massivos e medidas drásticas devido a prejuízos bilionários. Preocupante situação no mercado de semicondutores.

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Intel entra em crise com demissões em massa
Créditos: depositphotos.com / wolterke

 Intel, referência em tecnologia nas décadas de 1990 e 2000, enfrenta uma crise sem precedentes. O recente anúncio de corte de 15 mil funcionários, representando 15% de sua força de trabalho, evidencia a gravidade da situação. Este plano é uma resposta aos prejuízos bilionários acumulados e à perda de liderança no mercado global de chips.

Pat Gelsinger, CEO da Intel, destaca a necessidade de uma “reestruturação massiva” para reduzir custos após a empresa registrar um prejuízo de US$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2023. Entre 2020 e 2023, a receita da Intel diminuiu em US$ 24 bilhões, enquanto a força de trabalho cresceu 10% nesse mesmo período, o que Gelsinger considera insustentável.

Com a maioria das demissões prevista para ser concluída até o final de 2024, o objetivo é cortar US$ 10 bilhões em custos até 2025. Mas o que levou a Intel a esta situação crítica? Vamos explorar mais a fundo.

Perda de Liderança e Desafios no Mercado de Semicondutores

No trimestre encerrado em junho, a Intel registrou um prejuízo líquido de US$ 1,61 bilhão, revertendo o lucro de US$ 1,5 bilhão no mesmo período do ano passado. A receita no trimestre foi de US$ 12,83 bilhões, uma queda de 1% em base anual. Estas estatísticas refletem os desafios enfrentados pela empresa em acompanhar a evolução do setor.

Desde a chegada de Pat Gelsinger em 2021, as ações da Intel caíram dramaticamente. Valendo US$ 63,19 no início de sua gestão, os papéis agora estão cotados a US$ 18,93, representando uma perda significativa de valor de mercado. O valor na bolsa despencou de US$ 268 bilhões para US$ 80,6 bilhões, uma queda de US$ 188 bilhões.

Quais São as Razões para a Crise da Intel?

Ed Snyder, cofundador da Charter Equity Research, sugere que a Intel perdeu sua vantagem competitiva no início desta década, permitindo que TSMC e Samsung assumissem a liderança na fabricação de semicondutores. Segundo Snyder, Gelsinger continua a gestão de Bob Swan, seu antecessor, sem mudanças significativas na estratégia.

A Intel enfrentou dificuldades para se reinventar como uma fundição competitiva. Suas fábricas, projetadas para produtos específicos, ainda carecem de ferramentas e tecnologia de ponta. A perda de talentos e erros estratégicos contribuíram para a situação precária da empresa.

O Que Representa a Crise da Intel no Contexto Global?

A crise da Intel simboliza a falência do laissez-faire praticado pelos EUA no setor de tecnologia. Durante anos, o governo americano permitiu que empresas liderassem sozinhas a corrida dos semicondutores sem intervenção significativa. Com a intensificação da competição internacional e a dependência de fornecedores asiáticos, esse modelo mostrou suas fragilidades.

A dependência dos EUA de chips fabricados no exterior, especialmente pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), tornou-se um problema maior. Enquanto a Nvidia e a AMD prosperaram, a Intel ficou para trás.

O Que Está Sendo Feito para Reverter a Situação?

Para reverter essa dependência e recuperar o terreno perdido, o governo Biden criou o programa Chips for America, parte do Chips and Science Act de 2022. Este programa destina US$ 52 bilhões em subsídios e US$ 75 bilhões em empréstimos para fortalecer a fabricação de chips nos EUA. A Intel foi uma das principais beneficiárias, com promessas de US$ 8,5 bilhões em subsídios e US$ 11 bilhões em empréstimos.

A Intel estima que novas plantas poderão criar até 30 mil empregos, incluindo posições na construção e na indústria. No entanto, esses planos ainda não foram concretizados. A empresa não recebeu os fundos prometidos, e há possibilidade de recalcular a liberação dos subsídios.

Além das demissões, a Intel planeja reduzir o número de produtos que fabrica, descontinuar “trabalhos não essenciais” e suspender dividendos a partir do quarto trimestre de 2024.

Principais Ações da Reestruturação:

  • Demissões e redução de custos.
  • Redução do portfólio de produtos.
  • Suspensão de dividendos.
  • Possível venda da divisão de chips Altera.

Se a Intel não conseguir ajustar sua rota, corre o risco de ver sua posição histórica no setor ser redefinida por empresas que souberem aproveitar melhor as oportunidades do futuro.

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