Inglaterra interrompe mudança de sexo de crianças
Decisão histórica impede que intervenções causem danos irreparáveis no desenvolvimento de crianças
O Serviço Nacional de Saúde (NHS) da Inglaterra anunciou que crianças não receberão mais prescrições de bloqueadores de puberdade. A partir de agora, esses medicamentos, utilizados para interromper as transformações físicas típicas da puberdade, estarão disponíveis apenas no contexto de ensaios clínicos de pesquisa.
Essa decisão foi bem recebida pelo governo britânico, que considerou um marco importante para assegurar que o tratamento oferecido às crianças seja fundamentado em evidências científicas e alinhado aos seus melhores interesses.
A medida nasce de uma consulta pública e segue uma revisão independente sobre os serviços de identidade de gênero para menores de 18 anos, iniciada em 2020. Essa revisão foi motivada pelo aumento expressivo no número de encaminhamentos ao Serviço de Desenvolvimento da Identidade de Gênero (GIDS), gerido pela Fundação Tavistock e Portman NHS, que está programada para encerrar suas atividades.
No ano de 2021/22, houve um salto para mais de 5.000 encaminhamentos ao GIDS, um número muito superior aos aproximadamente 250 registrados uma década antes. A Dra. Hilary Cass, responsável pela revisão, recomendou a descentralização dos serviços, propondo a criação de unidades regionais para um suporte às crianças.
Ela também apontou para a escassez de dados de longo prazo sobre os efeitos dos bloqueadores de puberdade, destacando a dificuldade em monitorar os resultados e trajetórias dos jovens atendidos. Com o fechamento previsto da Fundação Tavistock, o NHS planeja inaugurar duas novas clínicas em abril, localizadas no Hospital Great Ormond Street, em Londres, e no Hospital Infantil Alder Hey, em Liverpool. Essas clínicas contarão com uma equipe de especialistas em diferentes áreas, prometendo uma abordagem integrada ao atendimento.
Atualmente, menos de 100 crianças estão sob tratamento com bloqueadores de puberdade, e elas continuarão recebendo acompanhamento nos hospitais de Leeds e University College London. A consulta sobre o futuro desses serviços recebeu mais de 4.000 contribuições.
A ministra da Saúde, Maria Caulfield, destacou a importância da nova diretriz do NHS, enfatizando a prioridade dada à segurança e bem-estar das crianças. A medida também foi elogiada pela ex-primeira-ministra Liz Truss, que vê a decisão como um avanço.
Este movimento reflete uma abordagem mais cautelosa do Reino Unido no tratamento de questões de identidade de gênero entre menores, marcando uma vitória sobre a intervenção química, motivadas muitas vezes por agendas políticas, no desenvolvimento de crianças, criando sequelas irreparáveis.
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