Impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho em 2024
O avanço da IA impactará profundamente o mercado de trabalho, criando vencedores e perdedores. Trabalhadores com qualificações médias correm risco, enquanto setores de saúde e ciências exatas devem crescer. A adaptação e o desenvolvimento de habilidades são essenciais.
O advento da inteligência artificial (IA) está rapidamente transformando o mercado de trabalho. Especialistas em carreira afirmam que as mudanças podem ser profundas nos próximos anos, afetando trabalhadores de diversas qualificações.
Georgios Petropoulos, pesquisador do MIT, ressalta que trabalhadores com qualificações médias estão em risco de serem substituídos pela tecnologia ou por pessoas que saibam operá-las. Em contraste, trabalhadores altamente qualificados e aqueles que operam em setores que exigem habilidades manuais, como encanadores e eletricistas, continuarão a ter demanda.
Inteligência artificial e o futuro dos trabalhos médios
De acordo com Petropoulos, a IA tem potencial para substituir trabalhadores de qualificação média, deixando muitos no “limbo” nos próximos anos. Esse grupo enfrenta um risco maior de desemprego caso não se adaptem rapidamente às novas condições tecnológicas.
Kweiling Ellingrud, diretor da McKinsey Global Institute, concorda e acrescenta que trabalhos não-especializados serão os primeiros a serem afetados. A McKinsey prevê que até 12 milhões de trabalhadores precisarão buscar novas carreiras até 2030, número semelhante ao impactado durante a pandemia. Nos Estados Unidos, setores como atendimento ao cliente e vendas podem perder cerca de 2 milhões de empregados até o final da década.
Quais trabalhos serão mais afetados pela inteligência artificial?
Segundo o estudo, o mercado de trabalho americano pode perder 630 mil caixas, 710 mil assistentes administrativos e 830 mil vendedores. Esse declínio poderá somar uma redução de 1,6 milhão de trabalhadores em todos os setores até 2030.
“O nível de competências exigido para o trabalho comum aumentará”, afirma Ellingrud. Quanto mais simples e repetitivo o trabalho, mais provável é que ele seja realizado por uma máquina ou por um modelo generativo de IA. A expectativa é que a IA aumente a produtividade econômica, criando novos empregos principalmente em áreas da saúde e ciências exatas.
Como a economia está se adaptando às novas realidades?
A exigência de habilidades em IA já está sendo refletida nas contratações. Uma pesquisa da Microsoft e do LinkedIn revelou que 66% dos líderes empresariais não contratariam alguém que desconheça o uso de IA, e 71% preferem candidatos com menos experiência, desde que tenham conhecimento em IA.
- A busca por cursos relacionados à Gen AI aumentou mais de 1000% este ano, segundo a plataforma Coursera.
- A cada 15 segundos, alguém se inscreve em um curso de IA, informa o CEO da Coursera, Jeff Maggioncalda.
Essa tendência de adaptação rápida é fundamental para os trabalhadores que desejam se manter relevantes no mercado. Muitos precisarão se especializar novamente, e esse ajuste pode levar de três a cinco anos, de acordo com Ellingrud.
Os setores que permanecerão em alta
Embora muitos setores enfrentem dificuldades, alguns campos permanecem resilientes e até devem crescer. Os setores da saúde e das ciências exatas têm potencial para absorver grande parte dos trabalhadores que estão migrando de outras áreas. A combinação de conhecimento técnico e inteligência artificial pode abrir novas oportunidades de trabalho e desenvolvimento profissional.
Enquanto isso, fora desses setores, os empregadores já começam a exigir habilidades em IA como requisito mínimo. Esse movimento reforça a importância de se manter atualizado e preparado para enfrentar as mudanças no mercado de trabalho.
Navegar nesse novo cenário representa um desafio, mas também uma oportunidade para aqueles dispostos a se adaptar e aprender. O futuro do trabalho está cada vez mais entrelaçado com a inteligência artificial, e estar preparado pode ser a chave para o sucesso nos próximos anos.
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