Os rebeldes Houthis do Iémen, que têm atacado transportes comerciais no golfo de Aden e no mar Vermelho, garantiram “passagem segura” aos navios da China e da Rússia, disse hoje um jornal russo.

O grupo atacou dezenas de navios mercantes, que considerou “ligados a Israel”, nesta rota estratégica, em apoio ao grupo terrorista Hamas

Em resposta, os EUA e o Reino Unido vêm bombardeando, desde 12 de janeiro, posições dos rebeldes Houthis no Iémen, o que levou o grupo a declarar que “todos os interesses norte-americanos e britânicos se tornaram alvos legítimos“.

“A loucura e a idiotice dos Estados Unidos e do Reino Unido jogaram contra eles: a partir de agora nenhum dos seus navios poderá cruzar uma das principais rotas comerciais do mundo“, disse um membro da liderança política dos Houthis.

“As perdas para os países agressores são maiores do que as perdas para o Iémen“, acrescentou Mohammed al-Bukhaiti, citado pelo diário russo Izvestia.

De acordo com a Câmara Internacional de Navegação, cerca de 12% do comércio global passa pelo mar Vermelho.

“Para outros países, incluindo a China e a Rússia, o transporte marítimo na região não está ameaçado. Além disso, estamos até prontos para garantir a passagem segura dos seus navios no mar Vermelho“, acrescentou Al-Bukhaiti.

“Mas os navios israelitas, ou aqueles com uma ligação mesmo que tênue com Israel, não terão a menor hipótese de cruzar o mar Vermelho“, enfatizou.

Al-Bukhaiti sublinhou ainda que o “objetivo é aumentar o custo econômico para o Estado judeu, a fim de parar a carnificina em Gaza“.

Entre mais de 25 ataques contra a marinha mercante, os rebeldes do Iémen sequestraram em novembro o Galaxy Leader, um navio de uma empresa britânica controlada por um empresário israelense, e fizeram reféns os 25 tripulantes.

Os reféns “estão bem”, garantiu Al-Bukhaiti, especificando que o grupo está a se preparando para diferentes cenários, incluindo até uma operação terrestre norte-americana no Iémen.

O presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que os ataques contra os rebeldes vão continuar, enquanto os Houthis perturbarem o comércio marítimo internacional ao largo do Iémen.