Houthis prometem retaliar ataque de EUA e Reino Unido no Iêmen
O grupo rebelde Houthi, que controla a capital do Iêmen e está atualmente em meio a um cessar-fogo frágil numa guerra civil contra o governo local iniciada em 2014, prometeu...
O grupo rebelde Houthi, que controla a capital do Iêmen e está atualmente em meio a um cessar-fogo frágil numa guerra civil contra o governo local iniciada em 2014, prometeu redobrar seus esforços no Mar Vermelho. Yahya Saree, porta-voz do grupo, declarou que os ataques dos EUA “não ficarão sem punição e retaliação”. Os Houthis afirmam que 73 locais foram atingidos no país, resultando em pelo menos cinco mortes.
A ação dos EUA e do Reino Unido
Após ações militares constantes de cerca de dois meses, os Estados Unidos intensificaram seus ataques na sexta-feira (12) contra várias instalações dos rebeldes Houthi no Iêmen, aumentando o conflito iniciado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro.
Os EUA e o Reino Unido, que executaram o bombardeio noturno com apoio logístico de outros cinco países, afirmam ter atingido 60 alvos em 16 localidades. A ação foi cuidadosamente planejada, com participação de caças F-18 do porta-aviões USS Dwight Eisenhower e mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados por destróieres e ao menos um submarino na região. Os britânicos usaram caças Eurofighter Typhoon baseados em Chipre.
Reações ao ataque
As reações ao ataque foram diversas. Alguns países ocidentais, como a Itália, que fazem parte da força-tarefa naval montada para coibir ataques houthis a navios mercantes no Mar Vermelho, se recusaram a se envolver na ofensiva. O temor é que essa escalada possa inflamar a região e colocar bases importantes, como a dos EUA no vizinho Djibuti, ao alcance de retaliações dos Houthis.
O presidente americano, Joe Biden, tentou minimizar o escopo do ataque, classificando-o como uma “resposta direta às ações sem precedentes dos houthis contra embarcações internacionais no Mar Vermelho”. Biden alertou também que tomará novas medidas se provocado.
A guerra em números
A ação militar, a maior dos EUA na guerra que devastou grande parte da Faixa de Gaza e segue intensa, mostrou a desigualdade econômica das hostilidades. Enquanto um drone suicida Shahed-136, iguais aos usados pelos russos na Ucrânia, custa cerca de R$ 100 mil, mísseis utilizados pelos britânicos para interceptá-los, como o Sea Viper, custam pelo menos R$ 6,5 milhões cada.
Impacto no trânsito marítimo
Os ataques dos Houthis já causaram transtornos ao trânsito marítimo. Pelo menos 2.000 navios tiveram que desviar suas rotas do Mar Vermelho, corredor de 15% do comércio global. Cerca de 40% do tráfego do Canal de Suez foi interrompido, causando aumento nos preços do petróleo e fretes, uma vez que a região é ponte entre o golfo Pérsico e a Europa.
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