Hospitais de Nova York cancelam consultas para jovens trans após ordem de Trump
Decisão segue ordem do presidente dos EUA que ameaça cortar recursos para hospitais que oferecem tratamentos de afirmação de gênero

Um dos principais sistemas hospitalares de Nova York, o NYU Langone Health, começou a cancelar consultas para adolescentes transgênero após uma ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça cortar financiamento federal de hospitais que oferecem tratamentos de afirmação de gênero.
O hospital não fez nenhum anúncio público, mas a decisão veio à tona após o cancelamento de consultas de dois jovens de 12 anos que receberiam implantes de bloqueadores de puberdade.
Segundo o jornal The New York Times, um dos pais relatou que o médico de seu filho disse que, devido à “nova administração” — referência ao governo Trump —, o hospital não poderia seguir com o procedimento.
O médico recomendou que buscassem atendimento em outros hospitais de Nova York ou na Filadélfia.
O outro jovem, também de 12 anos, teve a consulta cancelada na véspera do procedimento. A mãe relatou que foi informada de que a equipe médica estava “aguardando mais orientações”.
O NYU Langone Health é um dos grandes centros médicos da cidade de Nova York com programas voltados à saúde transgênero para jovens e adolescentes.
Decisão de Trump
A ordem de Trump faz parte de uma série de medidas sobre gênero adotadas logo nos primeiros dias de governo.
O texto restringe que médicos e hospitais ofereçam tratamentos de afirmação de gênero para menores de 19 anos, incluindo bloqueadores de puberdade, terapia hormonal e cirurgias.
Declara ainda que o governo não deve “financiar, patrocinar, promover, auxiliar ou apoiar a chamada ‘transição’ de uma criança de um sexo para outro” e determina a aplicação rigorosa de leis que limitem esses procedimentos.
Outras ordens executivas do presidente incluem a exigência de que prisões federais abriguem mulheres trans em unidades masculinas e a proibição de que escolas reconheçam identidades trans.
As restrições seguem medidas similares já aprovadas em mais de 20 estados, algumas das quais estão sendo contestadas na Justiça.
Logo após a posse, em 20 de janeiro,Trump assinou uma ordem executiva que redefine gênero como exclusivamente “masculino” ou “feminino” no âmbito federal.
Batizada de “Defendendo Mulheres do Extremismo da Ideologia de Gênero e Restaurando a Verdade Biológica no Governo Federal”, a medida elimina a possibilidade de designações como “X” em documentos como passaportes e registros de pessoal.
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