Venezuela terá eleições livres?
“Não há como ver Nicolás Maduro vencer uma eleição razoavelmente limpa, nem contra Machado, de quem perderia de forma esmagadora, nem contra outro líder da oposição”, afirma cientista político
O panorama político de 2024 é complexo para a Venezuela. Eleições presidenciais estão marcadas para o segundo semestre. A elas se somam dois acontecimentos: as possíveis novas ações do Tribunal Penal Internacional sobre o Estado e as tensões com a Guiana pelo território de Essequibo.
No momento, não há data para essas eleições nem candidatos oficiais. Para o chavismo, espera-se que seja Nicolás Maduro, para buscar o seu terceiro mandato, para a oposição, Maria Corina Machado. O primeiro não chega a 10 pontos nas pesquisas e a segunda não é aceita pelo partido governista e está impossibilitada de concorrer a cargos públicos por ordem da Controladoria.
“Não há como ver Nicolás Maduro vencer uma eleição razoavelmente limpa, nem contra Machado, de quem perderia de forma esmagadora, nem contra outro líder da oposição”, afirmou o cientista político Wálter Molina ao jornal colombiano EL TIEMPO.
O cientista político Luis Salamanca, por sua vez, declarou à agência AFP que “se María Corina Machado for autorizada a participar legalmente nas eleições, não há dúvida de que ela arrasaria com Maduro”, disse o cientista político Luis Salamanca ao mesmo jornal.
Qual a situação atual de Maria Corina Machado?
A questão de Corina Machado ainda não foi resolvida. No final de outubro de 2023, Corina venceu as primárias com 2,3 milhões de votos, o que se traduz em 90 por cento. Mas ainda não conseguiu reverter a sua inabilitação para concorrer às eleições.
Diante da sua inabilitação, Corina acenou para a possibilidade de um outro candidato substituí-la nas eleições: “se reprimirem e tocarem num, outro irá reforçá-lo e a tarefa estará feita porque somos milhões”, o que muitos interpretaram como uma possibilidade de que outro pudesse substituir sua candidatura.
A realização das primárias, vencidas por Corina, foi fruto de negociações entre o governo do ditador Maduro com a oposição ao regime. As negociações foram intermediadas pelos Estados Unidos. O acordo exigiu medidas para tornar as eleições livres em troca do alívio de algumas sanções americanas.
A opinião de Marco Rúbio
Em recente entrevista, conforme noticiou O Antagonista, o senador americano Marco Rubio argumentou que Nicolás Maduro nunca realizará um processo eleitoral em que possa perder. “Uma eleição justa, democrática, livre e aberta não pode ser vencida e ele sabe disso. “Ele não vai permitir isso.”
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