Gustavo Petro alfineta Lula em discurso na Cúpula da Amazônia
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (foto), alfinetou Lula (PT) em seu discurso na Cúpula da Amazônia em...
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (foto), alfinetou Lula (PT; foto) em seu discurso na Cúpula da Amazônia em Belém, no Pará, nesta terça-feira (8).
A cúpula reúne os oito países com território na Amazônia.
Além de Brasil, compõem o grupo a Bolívia, a Colômbia, o Equador, a Guiana, o Peru, o Suriname e a Venezuela. Eles integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Petro criticou a exploração de petróleo e falou em conflito com “forças progressistas que deveriam estar ao lado da ciência”.
“Há um enorme conflito ético, sobretudo por forças progressistas, que deveriam estar ao lado da ciência”, afirmou o presidente colombiano ao discutir o dissenso entre os integrantes da OTCA.
Segundo ele, governos progressistas recorrem ao discurso da “transição” para defender a manutenção das fontes de energia não renováveis, como o petróleo.
“[Os governos de] direita têm um fácil escape, que é o negacionismo. Negam a ciência. Para os progressistas, é muito difícil. Gera então outro tipo de negacionismo: falar em transições”, disse Petro.
A declaração do colombiano se dá mediante meses de embate no governo Lula sobre um plano da Petrobras para explorar petróleo na foz do Amazonas. Lula defende o projeto.
“Se explorar esse petróleo tiver problemas para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque fica a 530 km de distância da Amazônia”, disse o petista em maio.
Segundo O Globo publicou nesta terça, a AGU deve apresentar um documento nos próximos dias para viabilizar o projeto de exploração de petróleo.
A matéria é motivo de embate entre os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), e de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), responsável pela Petrobras.
No dia 17 de maio, o Ibama vetou uma licença ambiental à estatal para explorar petróleo na Foz do Amazonas. A decisão técnica se deu sem conhecimento prévio de Lula.
“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, aponta relatório do órgão.
O presidente do Ibama, Ricardo Agostinho, que assina a nota, ainda comparou o projeto ao caso da usina hidrelétrica de Belo Monte, que levou ao primeiro rompimento de Marina com o PT, após ser derrotada pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.
A Petrobras reapresentou pedido para explorar a região no final de maio, após Silveira mandar a estatal contornar o veto do Ibama e manter as sondas de exploração já instaladas na foz “dentro da mais estrita legalidade”.
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