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Grupo oferece US$ 1 milhão para Parada Gay em Gaza

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 16.09.2024 11:41 comentários
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Grupo oferece US$ 1 milhão para Parada Gay em Gaza

New Tolerance Campaign desafia movimentos LGBTQ pró-Palestina a organizar evento em território onde homossexualidade é fortemente reprimida

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Alexandre Borges
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Grupo oferece US$ 1 milhão para Parada Gay em Gaza
Foto: Reprodução

A organização New Tolerance Campaign (NTC) ofereceu US$ 1 milhão para que qualquer grupo LGBTQ realize uma Parada do Orgulho em Gaza ou na Cisjordânia. A oferta, feita nesta segunda-feira, 16, tem como alvo movimentos como “Queers for Palestine” (“Homossexuais pela Palestina”, em tradução livre), que surgiram após os ataques do Hamas a Israel em outubro.

Embora esses grupos defendam a causa palestina, a homossexualidade é tabu nos territórios palestinos, onde gays e transgêneros enfrentam violência e perseguição. Gregory T. Angelo, presidente da NTC, afirmou que o desafio é um “alerta” para os que apoiam causas LGBTQ na Palestina. “Não é uma piada ou uma manobra publicitária”, disse ele, destacando que a oferta é real.

Segundo Angelo, a proposta visa expor as condições dos territórios palestinos, onde “não há discussões” sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo ou proteção legal para a comunidade LGBTQ, em contraste com as garantias legais oferecidas nos Estados Unidos.

A campanha, que já garantiu o financiamento, será divulgada com outdoors em universidades e na sede da Human Rights Campaign, com o objetivo de pressionar organizações de direitos humanos a lutarem pelos direitos LGBTQ nos países árabes e territórios palestinos.

Angelo também destacou a disparidade de direitos: “Nos Estados Unidos, temos proteções legais, enquanto em Gaza, os direitos LGBTQ são praticamente inexistentes”.

Yahya Sinwar: Acusações de crimes sexuais e seu papel no Hamas

Yahya Sinwar, atual líder do Hamas na Faixa de Gaza, enfrenta acusações graves de crimes sexuais, incluindo abuso, estupro e pedofilia. As acusações teriam sido feitas por outros membros do Hamas, com quem Sinwar teria dividido celas durante os mais de 20 anos que passou em prisões israelenses, antes de sua libertação em 2011, como parte de uma troca de prisioneiros.

Relatos indicam que Sinwar teria cometido esses atos contra prisioneiros palestinos, enquanto estava encarcerado. Essas acusações vieram à tona após sua ascensão a cargos de liderança no Hamas, onde se consolidou como uma figura central e controversa. Atualmente, Sinwar é considerado o principal responsável pelos ataques coordenados contra Israel, ocorridos em 7 de outubro de 2023.

Além de suas acusações por crimes sexuais, Yahya Sinwar foi designado como terrorista global pelos Estados Unidos desde 2015. Ele também é alvo de recentes acusações criminais nos EUA devido ao seu envolvimento nos ataques de outubro.

Mesmo com essas graves acusações e sua reputação violenta, Yahya Sinwar e o Hamas ainda mantêm uma base de apoio significativa em Gaza, refletindo a complexidade política e social da região.

Países que criminalizam a homossexualidade ainda impõem punições severas

Embora muitos países tenham avançado na defesa dos direitos LGBTQ, a homossexualidade ainda é considerada crime em diversas nações, com punições que variam de prisão a pena de morte. Esses países estão concentrados principalmente no Oriente Médio, África e Ásia, onde a homofobia é reforçada por crenças religiosas e normas culturais conservadoras.

De acordo com dados da International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association (ILGA), mais de 60 países ainda criminalizam as relações homossexuais, seja entre homens ou mulheres. No Oriente Médio, em países como Arábia Saudita, Irã, e Catar, a homossexualidade é vista como um crime grave. Em muitos casos, a legislação desses países é baseada na interpretação estrita da sharia, a lei islâmica, que prevê punições severas, incluindo a pena de morte em alguns casos.

Na África, mais de 30 países mantêm leis que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo. Uganda, por exemplo, aprovou em 2023 uma lei ainda mais rigorosa contra a homossexualidade, que impõe penas de prisão perpétua e, em alguns casos, a pena de morte. Países como Nigéria e Somália também seguem essa linha, aplicando penas severas, incluindo prisão e flagelação.

Na Ásia, o Afeganistão, sob o controle do Talibã, e o Paquistão mantêm leis rígidas que criminalizam a homossexualidade, com punições que vão desde o encarceramento até a morte. Em muitos casos, essas leis são usadas para silenciar e oprimir minorias sexuais e de gênero, perpetuando o medo e a discriminação.

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