Grécia apresenta projeto de lei para permitir casamento entre pessoas do mesmo sexo
Mais um país avança na igualdade de direitos e cria projeto de lei para permitir casamento entre pessoas do mesmo sexo...
A Grécia deve publicar em breve um projeto de lei que legalizará o casamento entre pessoas do mesmo sexo, numa tentativa de eliminar qualquer discriminação baseada na orientação sexual, anunciou o Primeiro-Ministro Kyriakos Mitsotakis, segundo o Reuters.
O país tem implementado uma série de reformas ao longo da última década para melhorar os direitos da população LGBT+, num país onde a Igreja Ortodoxa tem historicamente se oposto à igualdade de direitos para casais do mesmo sexo.
Esforços para melhorar os direitos LGBT+ na Grécia
Mitsotakis, que vem tentando se distanciar da imagem tradicional de um líder conservador, desenvolveu uma estratégia nacional sobre os direitos LGBT+ que pode ganhar apoio da esquerda, mas gerar oposição em setores mais conservadores.
“Vamos legislar sobre a igualdade no casamento, o que significa eliminar qualquer discriminação baseada na orientação sexual”, disse Mitsotakis em entrevista à emissora estatal ERT. “Não é algo revolucionariamente diferente do que se aplica em outros países europeus”.
A comunidade LGBT+ afirmou que as reformas introduzidas anteriormente na Grécia não foram suficientes. Embora, em 2015, o país tenha reconhecido acordos de coabitação para casais do mesmo sexo, proporcionando-lhes alguns direitos e benefícios, eles ainda não têm permissão para ter ou adotar crianças como casal.
Oposição da Igreja Ortodoxa
A Igreja Ortodoxa se opõe ao casamento entre pessoas LGBT+. Uma boa parte da população do país, entre 80-90% dos 11 milhões de habitantes, se identifica como ortodoxa grega.
“Estamos falando de um casamento civil, não religioso”, declarou Mitsotakis, sem dar mais detalhes sobre quando o projeto será encaminhado ao parlamento para votação.
A reforma pode representar um desafio para Mitsotakis, que também enfrenta oposição ao projeto dentro de seu próprio partido e gabinete. O projeto permitirá a adoção de crianças, mas não a maternidade de substituição.
Aceitação do público
“Não vamos experimentar com ideias mais avançadas”, complementou o Primeiro-Ministro. Uma pesquisa grega realizada pela empresa de sondagens Alco em janeiro mostrou que 35% concordam com a proposta e 49% se opõem a ela, enquanto 16% preferiram não responder. Grande parte dos dissidentes se opõe à adoção de crianças ou à parentalidade por substituição por casais do mesmo sexo.
Mitsotakis ressaltou que haverá tempo suficiente para consultas públicas para persuadir cidadãos e parlamentares de seu partido. A Grécia, assim como muitos países ao redor do mundo, continua lutando para garantir direitos iguais a todos os seus cidadãos, independentemente de sua orientação sexual.
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