Após fiasco em debate, jornais pressionam Biden a desistir
Após fiasco em debate, Wall Street Journal, Financial Times e a revista The Economist pedem que o presidente dê lugar a outro democrata
Além do New York Times, jornais como Wall Street Journal, Financial Times e a revista The Economist pediram em editoriais que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto), desista de concorrer à reeleição após o fiasco no debate de quinta-feira, 27.
Em comum, as publicações afirmam acreditar que o democrata não tem condições de derrotar Donald Trump.
Wall Street Journal
O Wall Street Journal, em editorial publicado na tarde de sexta-feira, 28, pede que o Partido Democrata convença Biden a desistir da candidatura e afirma que o presidente “claramente não está preparado para mais quatro anos” no poder.
Também questiona por que as pessoas próximas ao democrata não o convenceram antes a desistir do projeto de reeleição.
“Uma questão inevitável é por que as pessoas mais próximas de Biden deixaram que ele concorresse novamente. Nós e muitos outros os alertamos. Foi claramente um ato egoísta da parte dele buscar um segundo mandato. Mas será que eles realmente pensaram que poderiam esconder o seu declínio do público durante toda uma campanha eleitoral?”, questiona o Wall Street Journal.
Financial Times
Em seu editorial, o jornal Financial Times afirma que Biden parece estar “muito frágil” para levar adiante sua campanha e derrotar Trump. Também classifica o desempenho do presidente americano no debate de quinta-feira como um “espetáculo triste para a América e para o mundo”.
“Ele derrotou Trump em 2020 e exerceu uma presidência que impulsionou algumas das medidas legislativas mais substanciais dos últimos tempos. A história se lembrará dele por essas conquistas. Mas agora ele parece muito frágil para prosseguir a sua missão de derrotar Trump pela segunda vez.”
O jornal defende que existem outros candidatos democratas capazes de derrotar Trump e pede que Biden reconsidere sua escolha de concorrer à reeleição.
The Economist
A revista The Economist afirma que Biden prestaria seu “último e maior serviço público” se abandonasse a corrida pela Casa Branca para dar lugar a um outro candidato democrata.
Em seu editorial intitulado “Joe Biden deverá agora dar lugar a um candidato alternativo”, publicado na tarde de sexta-feira, a revista inglesa afirma que já no final de 2022 pedia ao presidente para não se candidatar.
Diz ainda que o democrata terá dificuldades para desfazer o estrago causado pelo seu desempenho no debate de quinta-feira, 27.
“Biden diz que está se candidatando novamente para ajudar os americanos comuns e salvar a democracia da demagogia vingativa de Trump. E a aparição carrancuda, evasiva e desafiadora da verdade do ex-presidente no palco do debate não fez nada para diminuir a urgência desses dois objetivos. No entanto, se o Sr. Biden realmente se importa com sua missão, então seu último e maior serviço público deve ser abrir caminho para outro candidato democrata.”
The New York Times
Em seu editorial publicado na sexta-feira, o jornal americano The New York Times defende a saída do presidente Joe Biden da corrida eleitoral e afirma que o debate provou que o democrata perdeu a credibilidade da imagem de ser o candidato que derrotou Donald Trump em 2020.
“Biden disse que é o candidato com melhores chances de enfrentar esta ameaça de tirania e derrotá-la. O seu argumento baseia-se em grande parte no fato de ter derrotado Trump em 2020. Isso já não é uma razão suficiente para que Biden seja o candidato democrata este ano. No debate de quinta-feira, o presidente precisava convencer o público americano de que estava à altura das formidáveis exigências do cargo que pretende ocupar por mais um mandato. No entanto, não se pode esperar que os eleitores ignorem o que era evidente: Biden não é o homem que era há quatro anos.”
Revista Time
A revista Time também destacou o fiasco de Biden no debate de quinta-feira. Na capa, o presidente dos Estados Unidos aparece saindo na borda da revista e a palavra “Pânico” a seu lado.
Com texto intitulado “Por dentro do desastre do debate de Biden e da luta para reprimir o pânico democrático”, a publicação afirma que o desempenho do democrata foi motivo de grande preocupação de seus aliados.
Diz ainda que Biden parecia “o avô de 81 anos que ele é, gaguejando com uma voz fina” em meio a argumentos “ininteligíveis” enquanto Donald Trump “lançava um ataque verbal após o outro”.
“O caminho de Biden para a vitória de repente parecia estar se transformando em um beco sem saída diante dos olhos dos democratas. Isso fez o partido lançar duas perguntas. Há alguma maneira de tirá-lo da corrida? E se não, há alguma chance de cruzar a linha de chegada com um candidato profundamente falho?”
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