“Grande parte dos americanos crê que as eleições serão afetadas por fraudes”
Lee Smith discute o temor de Trump e de seus eleitores por fraudes eleitorais iminentes nos EUA
O jornalista americano Lee Smith publicou nesta quinta (31) um artigo no portal UnHerd, intitulado “Is Trump Right to Fear Election Fraud?” (“Trump está certo em temer fraude eleitoral?”), em que detalha a inquietação do ex-presidente Donald Trump e de seus apoiadores diante das eleições de 2024.
Smith, autor do livro Disappearing the President, começa o texto relembrando uma visita a Trump em 2021, onde a equipe do ex-presidente o orientou a não discutir a eleição de 2020. Trump, no entanto, ignorou o conselho, focando nas “irregularidades óbvias” do processo que o derrotou, às quais ele atribui a perda de confiança no sistema eleitoral americano.
Trump insiste que as eleições de 2020 foram manipuladas, afetando milhões de seus eleitores que, segundo ele, foram “humilhados publicamente” junto com ele. Smith destaca que este sentimento de “desfranquia” permeia o eleitorado e que “66% dos americanos estão preocupados com a integridade das eleições, incluindo 83% dos republicanos e 55% dos democratas”.
Cleta Mitchell, advogada e fundadora da Election Integrity Network, reforça o ponto de Trump ao afirmar que o sistema eleitoral foi “manipulado por grupos ativistas de esquerda”, que, entre outras medidas, massificaram o voto por correspondência em 2020.
Conforme relata Smith, essa modalidade foi criticada anteriormente, inclusive em um relatório de 2005, que a considerava “a maior fonte de fraude eleitoral potencial”. No entanto, a pandemia alterou o protocolo e “eliminou até a verificação de assinaturas”, aumentando o risco de fraude.
Smith aponta ainda que legislações recentes, como a californiana que proíbe a exigência de identificação dos eleitores, e disputas jurídicas do Departamento de Justiça contra estados que tentam purgar eleitores inelegíveis, reforçam a suspeita de que o processo eleitoral está comprometido.
Casos de fraude em massa na Pensilvânia e falhas técnicas em máquinas de votação em Michigan e outros estados reforçam o temor de que “os resultados possam ser estendidos para dias após o encerramento das urnas, algo visto historicamente como sinal de fraude.”
O autor lembra que atrasos em anunciar resultados foram criticados pelo governo americano em países como Peru e Honduras, por elevarem as chances de violência política. Smith ressalta que “várias semanas após o término das eleições, há um padrão de fraudes que parece se repetir”. Segundo o autor, o atraso em anunciar resultados, como em 2020, pode levar ao caos e à violência em 2024.
Smith finaliza analisando a tensão que polariza o país: de um lado, os eleitores de Trump temem a desintegração dos EUA enquanto “um país real, com fronteiras e eleições seguras”; do outro, eleitores de Harris temem a ascensão de um “Hitler moderno”, como sugere a vice-presidente.
Para Smith, essa “campanha de desconfiança”, que perdura desde 2016, mina a confiança dos americanos na estabilidade do sistema político, e seu resultado promete ser devastador para o futuro da democracia nos Estados Unidos.
Quem é Lee Smith
Lee Smith é jornalista e autor americano, conhecido por seu trabalho investigativo em temas políticos e de segurança nacional dos EUA. Seu livro Disappearing the President discute a alienação e censura que Trump e seus apoiadores enfrentaram após 2020. Smith contribui para veículos como The Federalist e Tablet Magazine, além de ser colunista do New York Post.
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