Governo Bolsonaro pediu ajuda à China enquanto atacava país em público
Documentos entregues pelo Itamaraty à CPI da Covid mostram que, enquanto atacava a China publicamente, o governo de Jair Bolsonaro pedia ajuda ao país asiático, solicitando insumos e suprimentos para abastecer a indústria nacional de equipamentos médicos...
Documentos entregues pelo Itamaraty à CPI da Covid mostram que, enquanto atacava a China publicamente, o governo de Jair Bolsonaro pedia ajuda ao país asiático, solicitando insumos e suprimentos para abastecer a indústria nacional de equipamentos médicos, relata Lauro Jardim.
A determinação de que fosse pedida ajuda foi dada à Embaixada do Brasil em Pequim por Ernesto Araújo, então chanceler, em 17 de março de 2020, ainda no início da pandemia.
Um dia depois, Eduardo Bolsonaro, que presidia a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, abriu uma crise diplomática com os chineses ao acusá-los, nas redes sociais, de serem os responsáveis pelo coronavírus.
Rebatido pelo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que chamou sua fala de “irresponsável”, o filho 03 do presidente foi defendido pelo próprio Ernesto, que acusou o diplomata chinês de ofender “o chefe de Estado do Brasil”.
Enquanto isso, o Itamaraty pedia à sua embaixada em Pequim que agilizasse a importação de testes de Covid e fizesse “gestões urgentes” junto a empresas e autoridades chinesas, para “reduzir o prazo de entrega dos componentes de oito para três ou quatro semanas”.
Em 3 de abril, o embaixador brasileiro na China, Paulo Estivallet de Mesquita, informou a Brasília que havia feito as gestões necessárias e que os chineses haviam assegurado entregar “tudo o que estiver disponível”.
Vinte dias depois, Ernesto voltou a atacar os chineses, escrevendo em seu blog que, “não bastasse o coronavírus, precisamos enfrentar também o comunavírus”.
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