Galáxias são maiores do que se pensava, dizem cientistas
Explore o universo: Descubra a recente descoberta de que galáxias são muito maiores do que parecem.
Quando observamos imagens de galáxias, é fácil imaginar que as estrelas em suas bordas marcam os limites entre o aglomerado e o vasto espaço profundo. Entretanto, uma pesquisa recente revela que esses aglomerados são muito maiores do que aquilo que nossos olhos podem perceber.
As galáxias são envoltas por gases, compondo o meio circungaláctico, ou CGM na sigla em inglês. Este meio pode representar até 70% da massa de uma galáxia, excluindo a matéria escura. Uma nova investigação, inédita em muitos aspectos, demonstrou que o CGM pode se estender bem além dos limites observáveis.
O Que os Pesquisadores Descobriram?
Publicada na última sexta-feira, 6 de outubro de 2024, na revista Nature Astronomy, a pesquisa estudou especificamente a galáxia IRAS 08339+6517. Embora este aglomerado estelar tenha cerca de 7,8 mil anos-luz de extensão, os cientistas descobriram que seu meio circungaláctico se prolonga por até 100 mil anos-luz.
O estudo também apontou uma diferença significativa entre os gases presentes entre as estrelas e os que se prolongam além delas. Em sua parte mais interna, os gases são ionizados pelas estrelas, enquanto na parte externa, a ionização ocorre pela energia emitida pelo conjunto de galáxias do universo.
“É essa mudança interessante que é importante e fornece algumas respostas à questão de onde termina uma galáxia”, comentou Nikole M. Nielsen, autora principal do artigo, em comunicado à imprensa.
As Galáxias Já Estão Conectadas?
Os astrofísicos ainda precisam estudar outras galáxias para confirmar se a extensão desses gases é uma regra geral. No entanto, caso essa norma se confirme, é muito provável que a Via Láctea e Andrômeda, nossa vizinha galáctica mais próxima, já estejam em contato uma com a outra.
Como Essa Descoberta Foi Feita?
Por muito tempo, a observação do meio circungaláctico foi desafiadora, só sendo possível quando um objeto extremamente brilhante, como um quasar, passava por trás. Mas isso mudou com a introdução do Keck Cosmic Web Imager, no Havaí, em 2017.
Essa ferramenta revolucionária é extremamente sensível e capaz de detectar gases intergalácticos sem a necessidade da presença de luz de outros objetos. Isso permitiu a confirmação da existência de uma imensa rede que conecta até mesmo as galáxias mais distantes.
- 2017: Introdução do Keck Cosmic Web Imager.
- 2019: Publicação de um artigo na Nature revelando que esses gases podem ser expelidos para fora da galáxia.
- 2024: Estudo publicado sobre a galáxia IRAS 08339+6517.
Nikole M. Nielsen explicou: “Agora estamos vendo onde a influência da galáxia termina e onde ela se torna parte do que está ao seu redor, eventualmente se unindo à rede cósmica mais ampla e outras galáxias”.
Tecnologia Avançada e Novas Descobertas
Além do Keck Cosmic Web Imager, outras tecnologias e métodos avançados têm sido fundamentais para essas descobertas. Em um artigo publicado em 2019 na Nature, foi demonstrado que os gases do meio circungaláctico podem ser expelidos para fora da galáxia, como visto em uma simulação 3D baseada em dados da galáxia Makani.
Os avanços tecnológicos continuam a fornecer insights valiosos sobre a estrutura e a extensão das galáxias. Uma verdadeira revolução no nosso entendimento do cosmos está em andamento, e cada nova descoberta nos aproxima mais da resposta às perguntas fundamentais sobre o universo.
Com essas revelações, fica claro que as galáxias são entidades mais complexas e interconectadas do que imaginávamos. Estudos futuros prometem expandir ainda mais nosso conhecimento sobre essas gigantes cósmicas.
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