Gabriel Boric chama seu embaixador na Venezuela para consultas
O Governo chileno vai chamar o seu embaixador na Venezuela, Jaime Gazmuri, para consultas, em protesto contra o negacionismo do ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Yván Gil, a propósito da organização criminosa transregional “El trem de Aragua”
O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou, nesta quinta-feira, 11 de abril, que o Governo chileno vai chamar o seu embaixador na Venezuela, Jaime Gazmuri, para consultas, em protesto contra as recentes declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Yván Gil, que negou a existência da organização criminosa transregional “El trem de Aragua”:
“Tomei a decisão de ligar para o embaixador para consulta”, disse Boric durante um evento público.
O presidente sublinhou que negar uma realidade que tangível e acreditada não é uma opção e qualificou de “irresponsáveis” as palavras de ministro venezuelano sobre ‘El trem de Aragua’, uma organização que nasceu nas prisões da Venezuela e que agora tem seus tentáculos no norte do Chile e em sua capital.
«As recentes declarações irresponsáveis do Chanceler da Venezuela que ignoram a existência do ‘Trem Aragua’, um grupo criminoso conhecido por suas atividades ilícitas no Chile e em toda a região sul-americana, são profundamente preocupantes e constituem um grave insulto para aqueles que foram vítimas desta organização e também de suas famílias“, afirmou Boric.
“Esta falta de reconhecimento de uma realidade que é evidente e comprovada não só demonstra uma falta de compromisso com a necessária cooperação de segurança internacional, mas também demonstra uma recusa em abordar eficazmente os problemas transnacionais do crime organizado hoje», acrescentou o presidente chileno.
Boric lembrou também que “o crime organizado é uma preocupação séria em todos os países da nossa região” e por isso “os diferentes governos têm de agir em conjunto para poder enfrentá-lo”. É por isso que a negação não funciona e não é tolerável“, afirmando ainda estar preocupado com a falta de colaboração por parte do Governo venezuelano em áreas-chave relacionadas com a segurança.
O negacionismo do regime de Maduro
A dura resposta de Gabriel Boric é uma resposta ao episódio ocorrido na segunda-feira, 8 de abril, quando o chanceler do regime de Maduro, Yvan Gil, assegurou perante o seu homólogo colombiano, Luis Gilberto Murillo, que o grupo criminoso transnacional conhecido como “Tren de Aragua” não existe e que é uma invenção da mídia internacional.
Esta declaração gerou uma reação da Ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá, que disse que é um “insulto” que a Venezuela negue a existência da referida quadrilha criminosa: «É um insulto, não ao Governo do Chile, mas ao povo do Chile e ao povo da América Latina. É Inaceitável”, disse Tohá na terça-feira, 10, em declarações à imprensa.
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