Madrid, a capital da Espanha, foi palco de um protesto de centenas de funcionários de bancos na quinta-feira, 8 de fevereiro. Eles exigem um aumento salarial, justificando que as instituições financeiras, como o Santander e o BBVA, reportaram lucros recordes no ano passado.

Os funcionários bancários, juntamente com os filiados dos principais sindicatos espanhóis, entoaram o slogan “nosso sacrifício, seus lucros” e mostraram faixas pedindo uma “recuperação nos salários e melhores condições de trabalho”.

CCOO pede aumento salarial de 17% a 23%

A CCOO, maior sindicato da Espanha, está reivindicando um aumento salarial de 17 a 23% durante um período de três anos a partir de 2024. Este pedido contrasta com a proposta da Associação Bancária Espanhola (AEB), que oferece um aumento acumulado de 8% ao longo de quatro anos, segundo informações de Javier De Dios, representante da CCOO.

Em 2023, os bancos espanhóis e os dois maiores sindicatos do país chegaram a um acordo para elevar os salários dos funcionários do setor em 4,5% em comparação a 2022. Contudo, isso apenas compensa parcialmente a perda do poder de compra causada pela alta inflação.

Foco dos protestos passa a ser salários

Os protestos no setor bancário geralmente são direcionados contra demissões, mas agora o foco se voltou para os salários. “Já é hora de vermos algum desses lucros recordes em nossos bolsos”, disse Jesus Sanchez, um funcionário do Santander de 56 anos.

Esta manifestação ocorre em um momento em que os lucros dos bancos têm sido impulsionados pelo aumento das taxas de juros e hipotecas mais caras, enquanto as taxas para os poupadores permanecem baixas.