Na terça-feira (6), uma frente fria de intensidade excepcionalmente forte atingiu a costa norte de Cuba, provocando inundação das ruas com água do mar, cortes de energia e o total preenchimento da capital Havana com detritos e galhos caídos.

Rajadas de vento chegam a 100 quilômetros por hora

As rajadas de vento chegaram a atingir 100 quilômetros por hora nas partes ocidentais da ilha, com o forte vento avançando para o sul da Flórida, que já havia experimentado condições parecidas no início da mesma semana. Em Havana, a população se protegia dentro de casa durante a noite, enquanto as luzes piscavam. Entretanto, já na manhã de terça-feira, os habitantes saíam lentamente para as ruas, agasalhados com jaquetas e chapéus, com as temperaturas caindo para até 12°C – uma condição excepcionalmente fria para os padrões de Cuba.

Águas-vivas e detritos transportados pela água para a cidade

Ao amanhecer, a água corria por algumas ruas da cidade como rios costeiros, transportando águas-vivas, algas e destroços por vários quarteirões em direção à cidade. “Isso é realmente algo novo… não estamos acostumados com esse tipo de frio”, comentou Jaqueline Dalardes, moradora de Havana, enquanto passeava pela esplanada Malecón da cidade. “O clima mudou”, complementou.

Havana é vulnerável ao aumento do nível do mar

Construída há séculos no Golfo do México, a cidade costeira de Havana é particularmente vulnerável ao aumento do nível do mar e às tempestades induzidas pelas mudanças climáticas causadas pelo homem, alertam cientistas e urbanistas.

De acordo com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, mais de um terço dos 2,2 milhões de habitantes de Havana vivem em áreas em risco de invasão de águas. A subida do nível do mar ameaça cidades litorâneas como Havana e pode até mesmo eliminar completamente do mapa os estados de baixa altitude em partes do Sul do Oceano Pacífico.