França: proposta de impeachment de Macron será debatida
Embora este procedimento não tenha quase chance de sucesso, esta é a primeira vez que uma tal proposta passa pelo filtro do gabinete da Assembleia
A assessoria da Assembleia julgou “admissível” na manhã desta terça-feira, 17 de setembro, a proposta de destituição de Emmanuel Macron apresentada pelo partido de extrema esquerda, La France Insoumis (LFI). A proposta será debatida, mas ela praticamente não tem chance de vingar.
Os debates terão lugar dentro de algumas semanas na Comissão Jurídica da Assembleia Nacional e, provavelmente, numa sessão pública no Hemiciclo. Embora este procedimento não tenha quase chance de sucesso, esta é a primeira vez que uma tal proposta passa pelo filtro do gabinete da Assembleia.
Apesar da oposição dos deputados do campo majoritário, da direita, inclusive do Rassemblement Nationale (RN), a iniciativa dos Insoumis poderá ser examinada na Assembleia devido à vitória por 12 votos a favor, 10 votos contra.
Foram os socialistas que, depois de hesitar durante muito tempo, fizeram pender a balança para a admissão da proposta.
LFI e a “batalha do impeachment”
O coordenador nacional do LFI, Manuel Bompard, saudou a reviravolta dos socialistas: “Um acontecimento sem precedentes, sem precedentes desde o início da Quinta República”, sublinhou.
No entanto, será necessário encontrar apoios fora das fileiras da esquerda para passar ao próximo passo: “Se as oposições são oposições, os macronistas estão em minoria na comissão jurídica”, resumiu Manuel Bompard de uma forma bastante simplista.
“A batalha do impeachment é uma batalha difícil de travar, mas está avançando”, afirmou o coordenador nacional da LFI, destacando as 300 mil assinaturas recolhidas pela petição do seu partido sobre o tema. Caso o procedimento fosse bem-sucedido e fossem organizadas eleições presidenciais antecipadas, segundo ele, “Jean-Luc Mélenchon seria a pessoa em melhor posição para levar a cabo o programa da Nova Frente Popular”.
Reações contra novo primeiro ministro
Após recusar o nome sugerido o pela coalizão de esquerda NFP e testar vários nomes em dias intermináveis de articulação política, Emmanuel Macron nomeou como primeiro-ministro Michel Barnier, um experiente político de direita. A esquerda reagiu com indignação, afirmando que iria se opor à continuidade da política de Macron
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