França define multas para fast fashion visando proteção ambiental
Descubra como a França combate a fast fashion com multas progressivas, protegendo o ambiente e incentivando práticas sustentáveis.
Na última quinta-feira (14), a Assembleia Nacional Francesa aprovou um novíssimo projeto de lei que visa a impor penalidades para produtos de fast fashion. Essa medida se aplica a empresas que vendem as vestimentas, tal como a chinesa Shein, com a intenção de contrabalançar os efeitos negativos de suas operações ao meio ambiente.
Aumento gradual das penalidades
De acordo com o projeto de lei, está previsto um incremento gradual no valor das penalidades, podendo alcançar até 10 euros por cada peça de roupa adquirida até o final da década. Outra medida a ser adotada é a proibição de publicidade desses produtos.
Todos os legisladores que votaram foram unânimes na aprovação da proposta, que agora segue para análise do Senado antes de sua efetiva efetivação em lei.
O impacto da lei no setor têxtil
A crescente demanda tem estimulado as grandes empresas como Shein e Temu a flexibilizarem suas cadeias de abastecimento, gerando um impacto no setor têxtil. Enquanto a fast fashion tem crescido, marcas estabelecidas como a Zara e a H&M continuam apostando na previsão das preferências dos consumidores.
Em nota à Reuters, a Shein afirmou que suas peças de roupas são produzidas para atender a uma demanda existente, garantindo assim que a taxa de roupas não vendidas permaneça em um dígito baixo, enquanto as empresas tradicionais tem até 40% do estoque desperdiçados.
O posicionamento dos consumidores franceses
Em Paris, os consumidores se mostraram divididos frente à votação. Há aqueles que, devido aos preços baixos, desprezam os impactos ambientais causados pela fast fashion. Outros recebem bem as medidas, mas acreditam que ainda há espaço para avanço.
“Acredito que pode colaborar para uma melhora na situação, porém ainda considera insuficiente. Há necessidade de ações semelhantes em outros ramos, tal como o setor industrial francês”, diz a estudante Mira El Yagou.
Posicionamento da Zero Waste France sobre a medida
A Aliança Zero Waste France definiu a decisão da Assembleia Nacional Francesa como um “grande alívio” e direcionou à aprovação do projeto o título de uma vitória “histórica” no combate ao fast fashion.
“Com uma estratégia de marketing agressiva, o fast fashion nos leva a comprar mais roupas. Estamos comprando o dobro do que comprávamos há 20 anos e as peças duram metade do tempo, uma vez que são de baixa qualidade” aponta Charlotte Soulary, gerente de defesa da associação.
O projeto de lei surge simultaneamente à declaração do Ministério do Meio Ambiente francês de propor à União Europeia a proibição das exportações de roupas usadas, buscando, dessa forma, uma solução para o problema crescente dos resíduos têxteis.
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