As Forças de Defesa de Israel afirmaram nesta terça-feira, 28, que as munições utilizadas no ataque a altos comandantes do Hamas no domingo, 26, não poderiam ter desencadeado “sozinhas” o incêndio em um acampamento em Rafah, na Faixa de Gaza, ao qual o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de “acidente trágico”.

Em nota, os militares israelenses disseram analisar todas as possibilidades, incluindo a possibilidade de que os terroristas possam ter armazenado armas no complexo próximo ao alvo do ataque.

Leia abaixo a íntegra do comunicado realizado, em português, pelo porta-voz das FDI nascido no Brasil, Rafael Rozenszajn.

“Os fatos verdadeiros sobre o que aconteceu em Rafah:

1. As FDI não atacam, de forma alguma, alvos civis. Os alvos do ataque foram o Chefe de Gabinete do Hamas para a Cisjordânia e outro terrorista de alto escalão do Hamas. Os dois participavam intensamente em ataques terroristas contra Israel. A morte deles salvaram vidas. Os dois foram eliminados no ataque.

2. Diferente do que foi publicado por diversas plataformas, Israel não atacou em área humanitária. O nosso ataque ocorreu a mais de um quilômetro e meio da área humanitária de Al-Muwasi. Na verdade, o ataque foi feito a uma distância de 1,7 quilômetros da Área Humanitária. O ataque baseou-se em informações precisas que indicavam que estes terroristas estavam reunidos dentro da estrutura específica que almejamos. Não há tendas nas imediações da estrutura que atacamos.

3. Não podemos acreditar no Hamas. A MENTIRA é um dos armamentos utilizados pelo Hamas nessa Guerra. Não acreditem nas mentiras. Sejam fiéis com seus leitores e tenham um compromisso com a moral e a verdade. Vejam uma imagem aérea mostrando o local alegado falsamente pelo Hamas que Israel atacou e o local verdadeiro que foi atacado, 180 metros de distância de lá.

4. O Hamas utiliza os civis da Faixa de Gaza como escudos humanos. Para as FDI os danos a civis são uma grande TRAGÉDIA, mas para o Hamas isso é ESTRATÉGIA. Vejam os lançadores de foguetes localizados no meio de instituições civis, 43 metros do local do ataque.

5. O ataque foi conduzido usando duas munições com ogivas menores – adequadas para este tipo de ataque direcionado. Estamos falando de munições com 17 quilos de material explosivo. Esta é a menor munição que nosso caça a jato pode usar.

6. Após este ataque, ocorreu um grande incêndio por motivos que ainda estão sendo investigados. Nossas munições SOZINHAS – não poderiam ter causado um incêndio deste tamanho. Nossa investigação busca determinar o que pode ter causado o início de um incêndio tão grande.

7. Apesar dos nossos esforços para minimizar as vítimas civis durante o ataque, o incêndio que eclodiu foi inesperado e não intencional. Estamos analisando todas as possibilidades incluindo a opção que as armas dos terroristas armazenadas no complexo próximo ao nosso alvo – das quais não sabíamos – podem ter pegado fogo como resultado do ataque.

8. A nossa inteligência de sinais interceptou alguns telefonemas que reforçam a possibilidade de que armas armazenadas num complexo próximo tenham incendiado o complexo. (As FDI compartilharam a ligação interceptada aqui. Leia abaixo a transcrição da conversa).

9. Este incidente está sendo investigado pelo Mecanismo de Apuração e Avaliação do Estado-Maior — um organismo independente e profissional — que está investigando as circunstâncias na área do ataque.

Esta investigação será rápida, abrangente e transparente.

10. A nossa guerra é contra o Hamas, não contra o povo de Gaza – razão pela qual expressamos profundo pesar por esta trágica perda de vidas.“

Conversa entre moradores de Gaza sobre explosão em Rafah

Morador 1:
E eles dizem que eles (terroristas do Hamas que foram bombardeados) participaram de uma reunião e isso é (uma instalação). E além disso, tinham munição, porque toda a munição começou a explodir. Sacos de dinheiro voavam pelo ar, Abu Rafik.

Morador 2
Estas (as munições que explodiram) eram mesmo nossas?

Morador 1:
Sim, este é um armazém de munições. Eu te digo que explodiu (resmungando). Quero dizer, o bombardeio judeu não foi forte, foi um pequeno míssil, porque não criou um buraco grande. E depois muitas explosões secundárias.