O FBI está investigando um manifesto aparentemente ligado à garota de 15 anos que matou um adolescente e um professor antes de tirar a própria vida em um tiroteio em uma escola cristã, em Wisconsin.

Natalie Rupnow, uma estudante da Abundant Life Christian School, abriu fogo com uma arma de dentro de uma sala de estudos em Madison, matando duas pessoas e ferindo outras seis antes de atirar contra si mesma.

A escola, localizada na capital do estado, tem cerca de 420 alunos, do jardim de infância ao ensino médio.

Ela não tem detectores de metais, um recurso de segurança que muitas escolas americanas instalaram após dezenas de tiroteios mortais em campi nos EUA nos últimos anos, de acordo com o diretor da escola.

Rupnow morreu a caminho do hospital devido a um ferimento de bala autoinfligido. Dois estudantes permanecem ainda em estado crítico no hospital.

Os motivos do assassino permanecem obscuros, mas o chefe de polícia de Madison, Shon Barnes, confirmou ontem à noite que seu departamento foi informado de um documento aparentemente escrito por Rupnow e compartilhado online por uma pessoa “supostamente ligada à suspeito”.

“Não conseguimos verificar se é autêntico”, disse ele à CNN, acrescentando que as autoridades não localizaram a pessoa que fez a postagem, mas compartilharam informações com o FBI, que analisará o documento.

“Guerra contra a humanidade”

O manifesto de seis páginas intitulado “Guerra contra a Humanidade” foi postado no X, antigo Twitter, por um usuário não verificado de mídia social que alega tê-lo recebido do namorado de Rupnow.

A autora está listada como Samantha Rupnow — um nome que a polícia disse que a atiradora usava.

O chefe de polícia foi questionado sobre comentários online que sugeriam que a atiradora pode ter sido trans.”Não sei se Natalie era transgênero ou não”, disse Barnes.

“Não acho que o que aconteceu hoje tenha algo a ver com como ela ou ele ou eles podem ter querido se identificar”, acrescentou. “E eu gostaria que as pessoas deixassem seus próprios preconceitos pessoais de fora disso.”

Joe Biden

Joe Biden, o presidente dos EUA denunciou a violência “chocante e inconcebível”: “É inaceitável que não consigamos proteger nossas crianças desse flagelo da violência armada”, disse Biden em uma declaração.

“Não podemos continuar a aceitar isso como normal. Cada criança merece se sentir segura em sua sala de aula. Os alunos em todo o nosso país deveriam aprender a ler e escrever — não ter que aprender a se abaixar e se proteger”. Declarou o presidente americano

Tiroteios em massa realizados por agressoras são extremamente raros. Homens armados cometem a esmagadora maioria desses ataques, e apenas nove alunas realizaram um tiroteio em escola desde 1999, de acordo com um banco de dados do Washington Post.

A polícia de Madison deve realizar um briefing às 13h, horário local, na terça-feira, quando as identidades das vítimas podem ser divulgadas. Uma vigília à luz de velas está programada para ser realizada na cidade à noite