Fatah diz que Hamas sacrifica civis e inviabiliza Estado palestino
O porta-voz do Fatah, a facção palestina dominante na Cisjordânia, Jamal Nazzal, acusou claramente o Hamas de sacrificar civis e de ter sabotado ativamente todas as possibilidades de fundar um Estado palestino
O porta-voz do Fatah, a facção palestina dominante na Cisjordânia, Jamal Nazzal, acusou claramente o Hamas de sacrificar civis e de ter sabotado ativamente todas as possibilidades de fundar um Estado palestino.
Em entrevista, relatada pelo Jerusalem Post, Nazzal argumentou que embora o Fatah considere todos os palestinos mortos como resultado da guerra em Gaza como “mártires”, eles não se sacrificaram voluntariamente. “Eles foram sacrificados”, disse Nazzal: “As pessoas que aplaudem isto – especialmente do exterior – não tentaram viver em Gaza”.
A facção acusou ainda o Hamas de sabotar ativamente todas as oportunidades para alcançar a criação de um Estado palestino.
Nazzal citou os Acordos de Oslo II de 1995 como um momento chave, ao abrigo do qual partes da Cisjordânia foram gradualmente colocadas sob jurisdição palestina, com a perspectiva de um Estado independente a médio prazo. Segundo Nazzal, o fracasso foi devido à atuação da organização terrorista.
“O Hamas realizou bombardeamentos dentro de Israel para impedir este processo”, disse Nazzal. “Se este processo tivesse seguido o seu curso, os palestinos teriam alcançado a verdadeira independência e um Estado totalmente soberano.”
O movimento secular Fatah, que se considera um movimento nacional palestino, governou apenas partes da Cisjordânia desde que o Hamas o expulsou de Gaza numa sangrenta guerra civil.
O partido de Mahmoud Abbas goza de pouco apoio entre a população, que, segundo as sondagens, apoia o Hamas por uma grande maioria. No entanto, existe cooperação entre os dois grupos em muitas áreas e algumas tentativas de superar a divisão entre as facções.
Guerra em Gaza
O gabinete de Benjamin Netanyahu confirmou que a sua equipe de negociação, liderada pelo chefe de inteligência da Mossad, David Barnea, regressou a Israel após conversações com mediadores em Doha, na quinta-feira, 11 de julho.
Falando após o regresso da equipe, Netanyahu disse que Israel precisava do controle do lado palestino da fronteira de Gaza com o Egito para impedir que as armas chegassem ao Hamas. É uma condição que entra em conflito com a posição do Hamas de que Israel deve retirar-se de todo o território de Gaza após um cessar-fogo.
Ele acrescentou que Israel também deve poder continuar lutando até que os seus objetivos de guerra de destruir o Hamas e trazer para casa todos os reféns sejam alcançados.
Em Washington DC, Joe Biden reconheceu que “questões difíceis e complexas” permanecem entre Israel e o Hamas, mas que estavam a sendo feitos progressos na obtenção de um acordo de cessar-fogo.
“Há muitas coisas, em retrospecto, que eu gostaria de ter conseguido convencer os israelenses a fazer, mas o resultado final é que agora temos uma chance. É hora de acabar com esta guerra”, disse Biden após a cúpula da Otan.
O Washington Post noticiou na quarta-feira, 10, que tanto Israel como o Hamas tinham sinalizado a sua aceitação de um plano de governança provisória no qual nenhum dos dois governaria o território e uma força de apoiadores da Autoridade Palestina treinada pelos EUA forneceria segurança.
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