Famílias de presos políticos por ditadura de Maduro denunciam tortura
Opositores do regime chavista permanecem incomunicáveis e submetidos a maus tratos nos cárceres venezuelanos
Parentes de presos políticos pelo regime de Nicolás Maduro, após a fraude eleitoral de 28 de julho do ano passado, denunciaram os maus tratos providos pelas forças de segurança da ditadura.
A esposa do ex-vereador Jesús Armas, Sairam Rivas, relatou a dificuldade de comunicação com o marido que está preso há 50 dias.
“Esta situação de isolamento prolongado e tortura é um crime contra a humanidade. Quiseram submeter-nos a esta situação e, no século XXI, a única comunicação que temos com os nossos familiares é um papel com coisas que eles escrevem, onde colocam o que eles precisam“, disse em entrevista.
Rivas afirmou que não conseguiu permissão para visitar Armas no presídio do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).
Segundo a mulher, os advogados do presos não têm acesso aos processos e, muitas vezes, não sabem em qual tribunal os clientes estão sendo julgados.
“Têm sido apresentados em audiências clandestinas, mesmo em muitos dos centros onde foram torturados e, até hoje, nem as suas famílias nem os advogados sabem quais são, em muitos casos, as acusações contra eles, não têm acesso a seus arquivos, eles nem sabem qual é o tribunal ou qual promotor está encarregado do caso”, afirmou.
Segundo Aurora Silva, esposa do ex-deputado Freddy Superlano, preso dois dias após a fraude promovida por Maduro, a única informação que teve do marido era que se tratava de um “caso pesado”.
“Participei de todos os órgãos nacionais e internacionais, escritórios de defesa, tribunais, porém, em nenhum lugar conseguiram me dar informações oficiais sobre o caso do meu marido, alegam repetidas vezes que o caso de Freddy Superlano é um caso pesado e um caso que merece autorização direta da Presidência“, disse.
A ONG Comitê de Familiares de Presos Políticos denunciou que os detentos instalados no presídio El Rodeo I, em Miranda, estão encarcerados em celas pequenas onde há “restrição de alimentação, hidratação e de medicamentos.”
De acordo com relatório da ONG Foro Penal, existem 1.601 presos políticos na Venezuela.
Destes, não se sabe o paradeiro de 41.
Desde 2014, o regime de Maduro prendeu 18.247 pessoas que se opuseram à tirania.
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