O ex-vice presidente do primeiro governo de Donald Trump, Mike Pence, pediu nesta sexta-feira, 15, para que o Senado dos Estados Unidos rejeite a nomeação de Robert Kennedy Jr. como novo chefe do Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

“Em nome de dezenas de milhões de americanos pró-vida, peço respeitosamente aos republicanos do Senado que rejeitem esta nomeação e deem ao povo americano um líder que respeitará a santidade da vida como secretário de Saúde e Serviços Humanos.”

Pence, um dos mais ferrenhos defensores da pauta anti-aborto, escreveu que a nomeação de Kennedy Jr. é um afastamento abrupto da agenda do Partido Republicano:

“A administração Trump-Pence foi assumidamente pró-vida durante nossos quatro anos no cargo. Há centenas de decisões tomadas no HHS [Departamento de Saúde e Serviços Humanos] todos os dias que levam nossa nação em direção ao respeito pela vida ou para longe dele, e o HHS sob nossa administração sempre defendeu a vida.

Acredito que a nomeação de Robert Kennedy Jr. para servir como Secretário do HHS é um afastamento abrupto do histórico pró-vida de nossa administração e deve ser profundamente preocupante para milhões de americanos pró-vida que apoiaram o Partido Republicano e nossos indicados por décadas.”

Pence afirmou que Kennedy Jr. defendeu a pauta “durante a maior parte de sua carreira” e que seria o secretário republicano “mais pró-aborto” no Departamento de Saúde e Serviços Humanos da história moderna.

O histórico de Kennedy Jr.

Sobrinho do ex-presidente democrata John F. Kennedy, o advogado ambientalista se lançou à presidência, nas eleições deste ano, por um partido independente sob o lema “Make America Healthy Again” (Faça a América saudável de novo, fazendo alusão ao famoso mote de campanha “Make America Great Again” (Faça a América grande de novo) que levou Trump à vitória.

Sem apoio da histórica família, ele decidiu retirar a candidatura e apoiar Trump. Nas redes sociais, Kennedy pedia votos ao republicano: ““Se você quer me ver em Washington DC [capital dos Estados Unidos], vote em Donald Trump“.

Com o retorno de Trump à Casa Branca, a cúpula do republicano discutia se Kennedy Jr. teria uma vaga no Departamento de Saúde ou se trabalharia como um consultor do presidente.

A nomeação para compor o governo em Washington gerou uma série de críticas, em função dos posicionamentos polêmicos sobre vacinas e outros medicamentos.

Antes mesmo da eleição de Trump, Kennedy Jr. ameaçou os funcionários da FDA (Food And Drug Administration) que “suprimiam” itens como “leite cru, terapias hiperbáricas, invermectina, luz solar, exercícios e qualquer outra coisa que não possa ser patenteada pela Pharma”:

“Se você trabalha para a FDA e faz parte desse sistema corrupto, tenho duas mensagens para você: 1. Preserve seus registros e 2. Faça as malas”, escreveu.

Kennedy Jr. precisará ter a confirmação do Senado dos Estados Unidos, em que será composto por maioria republicana, para assumir oficialmente a pasta da Saúde.

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