A Nicaráguia declarou na quarta-feira que concedeu asilo político ao ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, dias após o Supremo Tribunal do Panamá rejeitar um recurso para anular sua sentença de prisão em um caso de lavagem de dinheiro.

De acordo com uma nota diplomática que o governo da Nicarágua enviou ao ministério das Relações Exteriores do Panamá, Martinelli solicitou asilo porque se “considerava perseguido por razões políticas e acredita que sua vida, integridade física e segurança estão em risco iminente”.

Martinelli solicitou asilo na Embaixada da Nicarágua na Cidade do Panamá na quarta-feira e permanecerá lá até que o governo panamenho lhe conceda passagem segura para ir à capital nicaraguense, Manágua, informou à CNN a equipe de imprensa de Martinelli.

A CNN entrou em contato com o governo do Panamá para comentar o fato.

Martinelli condenado por lavagem de dinheiro

Em julho passado, Martinelli foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão e obrigado a pagar uma multa de mais de 19,2 milhões de dólares depois de ter sido declarado culpado, junto com outras quatro pessoas, de lavagem de dinheiro em um caso conhecido como “Novo Negócio”.

O caso está relacionado a um grupo editorial que, segundo o Ministério Público, foi adquirido com fundos provenientes de contratos do Estado que foram administrados de forma irregular. Martinelli declarou em tribunal que era inocente e vítima de perseguição política.

Apesar da condenação, o ex-presidente não foi para a cadeia e até conseguiu se registrar como candidato presidencial na atual corrida eleitoral.

Na semana passada, o Supremo Tribunal do Panamá rejeitou um recurso no caso “Novo Negócio”, o que manteve a condenação anterior de Martinelli e o desqualificou de concorrer como candidato presidencial.