Ex-chefe do ‘IBGE argentino’ é condenado por manipular índices de inflação
"Supersecretário" sob Néstor e Cristina Kirchner, Guillermo Moreno foi condenado a 3 anos de prisão e 6 de inabilitação para cargos públicos
Guillermo Moreno (foto), secretário de Comércio Exterior da Argentina de 2005 a 2013, durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner, foi condenado por manipular os índices de inflação do país quando chefiava o Indec, o “IBGE argentino”, informa o jornal La Nación.
Considerado um “supersecretário” do governo argentino durante os anos do casal Kirchner na Presidência (2003 a 2015), Moreno foi condenado a três anos de prisão e seis anos de inabilitação para ocupar cargos públicos, mas poderá cumprir a pena em liberdade. Cabe recurso da condenação.
A pena foi imposta ao ex-secretário kirchnerista pelo Tribunal Oral Federal 2, que o considerou culpado dos crimes de abuso de autoridade e destruição de bens públicos nos anos de 2006 e 2007, quando o índice inflacionário foi manipulado.
Pena reduzida
No processo cujo veredicto foi anunciado nesta quarta-feira, 7 de agosto, havia três réus além de Moreno. Beatriz Paglieri, ex-diretora dos Índices de Preços ao Consumidor do Indec, foi condenada aos mesmos três anos de prisão e seis de inabilitação para cargos públicos —e também poderá cumpri-los em liberdade.
Outras duas funcionárias do instituto, Marcela Filia e María Celeste Cámpora Avellaneda, foram absolvidas pelo tribunal.
O promotor do caso, Diego Luciani, havia pedido quatro anos de prisão para Moreno e dez anos de inabilitação do ex-secretário kirchnerista para exercer cargos públicos.
Ameaças físicas
Guillermo Moreno alegou ter sido submetido a um julgamento “acadêmico” sem provas, defendeu a metodologia usada pelo Indec durante o período em que chefiou o instituto e se disse perseguido pelo promotor Luciani, a quem parabenizou ironicamente.
O ex-secretário já havia sido condenado, em julho de 2022, a dois anos de prisão e seis meses de inabilitação para cargo público no chamado “caso Papel Prensa”.
A Papel Prensa, empresa com participações acionárias dos jornais Clarín e La Nación e do governo argentino, fornece papel a mais de uma centena de jornais no país. Numa reunião em 2010, Moreno falou em expropriar a companhia e fez ameaças físicas aos participantes do encontro.
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