EUA usa realidade virtual para ressocializar detentas
Realidade virtual capacita detentas em Maryland, oferecendo treinamento profissional e esperança de reintegração
A realidade virtual, outrora vastamente associada a ambientes de jogos, hoje surge como uma poderosa ferramenta de capacitação profissional. Em recintos menos prováveis, como penitenciárias, essa tecnologia oferece uma esperança concreta de reintegração social e profissional para detentos.
A Instituição Correcional Feminina de Maryland, em parceria com a organização sem fins lucrativos Vehicles for Change, lançou um programa pioneiro. Destinado a capacitar mulheres detentas na área automotiva, o projeto leva a experiência interativa da realidade virtual para além do lazer, transformando-a numa plataforma de aprendizado e habilidades profissionais.
Por que utilizar a realidade virtual no treinamento de detentas?
Embora a ideia possa parecer futurista, seu propósito é bem fundamentado. Com uma escassez crônica de mão de obra qualificada em setores como o automotivo, há uma demanda elevada por profissionais competentes. Em Maryland, por exemplo, posições técnicas na área automobilística são ofertadas bem acima do salário mínimo, tornando-se não apenas um trabalho, mas uma carreira promissora.
Como funciona o treinamento em realidade virtual na instituição?
As detentas utilizam headsets de realidade virtual Meta Quest, que as transportam para uma garagem digital, equipada de ferramentas e veículos em um cenário completamente imersivo. A vantagem desse tipo de treinamento reside no custo-benefício – pois evita gastos com infraestrutura física – e na eficiência, uma vez que as habilidades podem ser ensinadas e repetidas sem riscos associados.
Os resultados são comparáveis ao treinamento convencional?
Os responsáveis pelo programa afirmam que sim. Tiffany Joseph Busch, uma das participantes, manifestou grande entusiasmo e satisfação ao aprender a realizar uma troca de óleo de forma rápida e eficaz. Outra aprendiz, Meagan Carpenter, compartilhou que se sente totalmente confiante em suas habilidades, apesar de apenas interagir com veículos de forma virtual.
Qual o impacto do uso da realidade virtual no pós-libertação?
A inclusão desse tipo de treinamento visa, fundamentalmente, a redução das taxas de reincidência ao proporcionar qualificações que garantam empregos estáveis e bem remunerados. Ao finalizar o curso, as participantes estarão preparadas não apenas para funções como técnicas de lubrificação de pneus em empresas renomadas como Jiffy Lube e Mr. Tire, mas também para obterem certificações profissionais nacionais em mecânica automotiva.
O programa já está em sua terceira turma e continuará a ser uma peça fundamental na transformação das condições de vida de muitas mulheres encarceradas, propondo não só uma nova chance no mercado de trabalho, mas também a esperança de uma nova vida. Como dito por Busch e Carpenter, mais do que aprender sobre automóveis, a realidade virtual lhes oferece uma janela para um futuro melhor, simbolizando liberdade e capacitação dentro de um local que muitos veem como o fim.
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