EUA esclarecem posição sobre sucessão na Venezuela
Embora tenha dito que Edmundo González venceu a votação contra Maduro, a Casa Branca não irá reconhecê-lo como presidente interino por enquanto
O Departamento de Estado dos Estados Unidos esclareceu na segunda-feira, 5, que o governo de Joe Biden ainda não reconhecem o candidato da oposição Edmundo González como presidente da Venezuela, embora tenham afirmado que o opositor venceu a votação de 28 de julho.
Questionado se a Casa Branca estava pronta para reconhecer outro presidente interino na Venezuela, como fez com Juan Guaidó, o porta-voz Matthew Miller respondeu:
“Não é um passo que estamos dando hoje. O que nós – o que nós – onde estamos hoje é que estamos em contato próximo com nossos parceiros na região – especialmente com o Brasil, México e Colômbia – sobre um caminho a seguir.
Continuamos instando os partidos venezuelanos a iniciar discussões sobre uma transição pacífica de volta às normas democráticas. Continuamos pedindo transparência e a divulgação detalhada dos votos, embora reconheçamos que já se passou mais de uma semana desde a eleição e qualquer divulgação desses votos exigiria um exame minucioso, dado o potencial de adulteração ou manipulação nesse período.
Então, não, esse não é um passo que tomamos até agora, mas continuamos deixando claro que a vontade do povo venezuelano precisa ser respeitada, e é sobre isso que estamos nos engajando com nossos parceiros na região.”
Anúncio da “vitória” de Maduro foi “profundamente falho”
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou em nota divulgada em 1º de agosto que o oposicionista Edmundo González Urrutia foi o vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho.
Em seu comunicado, Blinken afirmou que o anúncio da “vitória” de Nicolás Maduro por parte do Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, foi “profundamente falho” e produziu um resultado que “não representa a vontade do povo venezuelano”.
O chefe da diplomacia americana disse ainda que a declaração de Maduro como vencedor não teve “nenhuma evidência” que a sustentasse e que, apesar dos repetidos apelos dos venezuelanos e da comunidade internacional, as atas do pleito não foram divulgadas até agora pelo CNE.
“Como relatou a missão de observação independente do Centro Carter, a falha do CNE em fornecer os resultados oficiais em nível distrital, bem como irregularidades ao longo do processo, retiraram qualquer credibilidade do resultado anunciado pelo conselho”, prosseguiu Blinken.
‘Evidências esmagadoras’
“Dadas as evidências esmagadoras, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela“, escreveu o secretário de Estado.
No comunicado, Blinken também repudiou as ameaças de prisão feitas pela ditadura contra González e a líder oposicionista María Corina Machado —que, conforme publicamos mais cedo, entrou na clandestinidade— e conclamou os partidos venezuelanos a que discutam “uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano”.
O chefe da diplomacia dos EUA também exigiu que todos os venezuelanos presos por exigir “transparência na tabulação e anúncio dos resultados” sejam “libertados imediatamente”.
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