EUA e aliados pedem cessar-fogo de 21 dias entre Israel e Hezbollah
A proposta busca interromper os confrontos na fronteira para evitar uma escalada e abrir caminho para negociações
Os Estados Unidos, França e outros aliados pediram nesta quarta, 25, um cessar-fogo imediato de 21 dias entre Israel e Hezbollah, com o objetivo de interromper a escalada de violência que já matou mais de 600 pessoas no Líbano nos últimos dias.
O pedido foi feito durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York e visa permitir negociações diplomáticas em meio ao risco crescente de uma guerra regional.
O comunicado, negociado nos bastidores do evento, apela para que os governos de Israel e Líbano, além do grupo Hezbollah, aceitem o cessar-fogo temporário. Embora não tenha havido uma resposta oficial imediata de nenhuma das partes, autoridades dos EUA informaram que todos foram notificados e que esperam um acolhimento positivo da proposta por parte de Israel.
A expectativa é que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se pronuncie sobre o tema durante seu discurso na ONU, previsto para sexta-feira.
Os confrontos entre Israel e Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã, intensificaram-se nas últimas semanas, obrigando dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas e alimentando o temor de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Segundo os EUA, o cessar-fogo proposto visa criar uma “janela” para as negociações, com o objetivo de evitar um agravamento ainda maior da crise.
A proposta, que se aplica exclusivamente à fronteira entre Israel e Líbano, foi elaborada com a participação de diversos países. Além de EUA e França, a iniciativa recebeu apoio de Alemanha, Reino Unido, Itália, Canadá, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar. “Chamamos todas as partes envolvidas a endossar esse cessar-fogo imediato e dar uma chance à diplomacia”, diz o comunicado.
Diplomatas americanos, liderados pelo secretário de Estado Antony Blinken, começaram as negociações com seus pares franceses no início da semana, e logo ampliaram o diálogo com outras potências mundiais, incluindo países do Golfo Pérsico. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, já demonstrou apoio ao plano, afirmando que ele é essencial para “colocar um fim a essa guerra suja” e garantir a segurança na região.
Embora o Hezbollah não seja signatário do cessar-fogo, a expectativa é que o governo libanês coordene sua aceitação. “Acreditamos que isso seja um primeiro passo importante para garantir estabilidade a longo prazo na fronteira entre Israel e Líbano”, afirmou um funcionário do governo dos EUA sob condição de anonimato.
Além de tentar conter a escalada entre Israel e Hezbollah, o plano dos EUA e seus aliados também busca utilizar a pausa de 21 dias nos confrontos como uma oportunidade para reativar as negociações de paz entre Israel e Hamas, que entraram em colapso após quase um ano de guerra na Faixa de Gaza.
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