EUA contestam eleições no Irã: “Não foram livres nem justas”
Considerado moderado e reformista, Masoud Pezeshkian foi eleito neste sábado o novo presidente do Irã
O Departamento de Estado dos EUA afirmou neste sábado, 6 de julho, que continuam a considerar que as eleições presidenciais iranianas não foram livres nem justas. Considerado moderado e reformista, Masoud Pezeshkian foi eleito o novo presidente do Irã.
“As eleições no Irã não foram livres nem justas. Como resultado, um número significativo de iranianos optou por não participar”, afirmou o Departamento de Estado, acrescentando: “Não temos qualquer expectativa de que estas eleições conduzam a uma mudança fundamental na orientação do Irã ou a um maior respeito pelos direitos humanos dos seus cidadãos. Como os próprios candidatos afirmaram, a política iraniana é definida pelo líder supremo”.
Pezeshkian, como mostramos, superou Saeed Jalili e assumirá o comando do país após a morte do presidente Ebrahim Raisi, que sofreu um acidente de helicóptero, em maio.
Apesar de alinhado ao regime do Irã, o presidente eleito já chamou eleições anteriores de “fraude” e disse ser culpa do governo os gigantescos protestos após a morte da garota Mahsa Amini, em 2022.
O resultado pode sinalizar insatisfação dos iranianos com a gestão do líder supremo, Ali Khamenei.
Pezeshkian, de 69 anos, é médico e foi ministro da Saúde no governo de Mohammad Khatami (1997-2005). Segundo dados oficiais, ele obteve cerca de 53% dos votos no segundo turno. A participação no pleito foi de 49,8% da população.
Mão de amizade
Em suas primeiras declarações após a confirmação da vitória, o presidente eleito afirmou que “estenderá a mão da amizade a todos” os iranianos.
“Todos pertencem a este país. Temos de usar toda a população para o progresso do país. São nossos irmãos”, disse em discurso transmitido na televisão estatal.
“Não tinha partido nem apoio. Essas pessoas vieram com amor e ajudaram, e eu agradeço”, acrescentou.
Pezeshkian não fez nenhuma referência à política internacional. Enquanto deputado, ele já havia prometido, por exemplo, uma aproximação com o Ocidente e de tentar reativar o pacto nuclear de 2015.
O político, no entanto, já indicou que o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, será o responsável pela palavra final nas decisões do país.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)