Estudos revelam maior risco de câncer em geração x e millennials
Estudo recente indica que gerações mais jovens têm um risco maior de desenvolver câncer
Um novo estudo alarmante da American Cancer Society revela que a Geração X (1965-1980) e os Millennials (1981-1995) apresentam um risco consideravelmente maior de desenvolver vários tipos de câncer comparado às gerações anteriores. Esses achados são sustentados por um crescente corpo de evidências que aponta para a maior prevalência de cânceres como os de intestino, mama e pâncreas entre os jovens.
O estudo analisou dados de quase 24 milhões de pacientes com câncer, coletados de registros oncológicos nos Estados Unidos ao longo de 20 anos, iniciando em 2000. Através da classificação dos dados por tipo de câncer, sexo e grupos de data de nascimento dos pacientes, a equipe de pesquisa conseguiu identificar tendências importantes.
Incidência de câncer na geração X e millennials
Para tornar os resultados mais precisos, os pesquisadores ajustaram os dados estatisticamente, levando em conta que, à medida que a população envelhece, a probabilidade de desenvolver câncer aumenta. Ao analisar as taxas de incidência dos 34 tipos de câncer mais comuns, o estudo oferece a evidência mais definitiva até agora sobre uma mudança no padrão de quantas pessoas estão desenvolvendo câncer, além de quando e por quê.
Surpreendentemente, 17 tipos diferentes de câncer estão se tornando cada vez mais comuns entre os grupos mais jovens. Por exemplo, pessoas nascidas em 1990 têm duas a três vezes mais chances de desenvolver câncer de intestino delgado, tireoide, rim e pâncreas comparadas às nascidas em 1955.
Por que câncer é mais comum em jovens?
Mas, afinal, o que está acontecendo? Por que a Geração X e os Millennials são mais propensos a desenvolver certos tipos da doença do que as gerações dos seus pais e avós? A resposta provavelmente está em mudanças de estilo de vida e comportamento.
Uma má alimentação e hábitos cada vez mais sedentários são dois prováveis culpados. Dez dos 17 tipos identificados, como de intestino e de mama, foram associados à obesidade. Os EUA, assim como muitos outros países, estão enfrentando uma epidemia de obesidade, com aumento nas taxas ano após ano.
Quais são os principais fatores de risco?
Além da obesidade, outro fator relacionado é o aumento no consumo de alimentos ultraprocessados. Estes têm sido associados a uma maior probabilidade de desenvolver câncer.
- Álcool: O aumento do consumo excessivo de álcool, particularmente entre mulheres millennials, foi destacado pelos autores do estudo como uma causa do aumento da incidência de câncer de fígado e esôfago.
- Infecções: A infecção pelo HIV, vírus causador da Aids, tem aumentado entre homens, resultando em maiores taxas de sarcoma de Kaposi e câncer anal.
- HPV: O papilomavírus humano, geralmente associado ao câncer cervical, também contribui para o aumento na incidência de câncer anal.
No entanto, algumas mudanças observadas nas taxas da doença podem ser atribuídas a outros fatores que ainda precisam ser estudados mais detalhadamente. Por exemplo, aumentos na incidência de leucemia não podem ser explicados apenas por mudanças no estilo de vida e comportamento.
Quais tipos de câncer estão diminuindo?
Embora muitos tipos estejam aumentando, o cenário não é totalmente sombrio. Alguns tipos de câncer estão, na verdade, se tornando menos comuns entre os jovens. Um exemplo é o de pulmão. O estudo mostrou uma constante redução no risco de desenvolver esse tipo de câncer entre sucessivas gerações.
Pessoas nascidas em 1990 têm cinco vezes menos chances de desenvolver câncer de pulmão em comparação com as nascidas em 1955. Um avanço semelhante está sendo observado no caso do melanoma, evidenciando o sucesso das campanhas de saúde pública destinadas a desencorajar o tabagismo e promover um comportamento seguro em relação à exposição ao sol.
Reflexões e futuros estudos
Sem entender exatamente por que esses tipos de câncer estão se tornando mais comuns, será difícil tomar medidas adequadas para reverter essas tendências. No entanto, os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos aprofundados visando entender melhor as causas.
Compreender plenamente esses fatores, permitirá o desenvolvimento de estratégias eficazes para reduzir a incidência em jovens e futuras gerações.
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