Estudo revela impacto da dieta mediterrânea na redução do estresse percebido
Compreenda a conexão entre alimentação e bem-estar mental.
Um novo estudo da Universidade Estadual de Nova York em Binghamton sugere que o que comemos pode afetar significativamente nosso nível de estresse. Os pesquisadores descobriram que seguir uma dieta mediterrânea, rica em vegetais, frutas, grãos integrais e gorduras saudáveis, pode ajudar a reduzir os níveis de estresse percebido. Por outro lado, uma dieta ocidental tradicional, rica em alimentos processados e açúcares, pode ter o efeito oposto.
Essa descoberta acrescenta evidências crescentes de que nossa alimentação afeta não apenas nossa saúde física, mas também nosso bem-estar mental. O estudo foi publicado na revista Nutrition and Health e liderado pela professora associada de estudos de saúde e bem-estar, Lina Begdache.
Como a dieta mediterrânea reduz o estresse percebido?
A pesquisa visava explorar a conexão entre dieta e estresse percebido. Estresse percebido refere-se a quanto uma pessoa sente que está sob estresse, independentemente dos fatores estressores reais em sua vida. Os pesquisadores queriam saber se diferentes padrões alimentares, especialmente a dieta mediterrânea e a dieta ocidental, influenciam essa percepção de estresse.
Para investigar isso, Begdache e sua equipe conduziram uma pesquisa em grande escala com 1.591 participantes. Os participantes, principalmente estudantes universitários, foram questionados sobre seus hábitos alimentares e níveis de estresse percebido. As perguntas incluíam a frequência de consumo de alimentos específicos característicos das dietas mediterrânea e ocidental.
Quais alimentos reduzem o estresse?
Os resultados mostraram que os participantes que seguiram uma dieta mediterrânea relataram menores níveis de estresse percebido e angústia mental. Especificamente, alimentos como vegetais de folhas verdes, frutas, nozes, grãos integrais e peixes foram associados a níveis mais baixos de estresse. Esses alimentos são ricos em nutrientes que apoiam a saúde cerebral, incluindo vitaminas, minerais e antioxidantes que ajudam a regular neurotransmissores.
- Vegetais de folhas verdes
- Frutas
- Nozes
- Grãos integrais
- Peixes
Como a dieta ocidental afeta o estresse?
Em contraste, os participantes que consumiram uma dieta ocidental rica em alimentos processados, açúcares e alimentos de alto índice glicêmico, como pão branco e doces, relataram níveis mais altos de estresse percebido. Alimentos como fast food, lanches açucarados e bebidas com cafeína estavam particularmente associados a níveis mais elevados de estresse.
- Fast food
- Lanches açucarados
- Bebidas com cafeína
Dieta mediterrânea vs. Dieta ocidental: qual é melhor para sua saúde mental?
Os pesquisadores concluíram que o padrão alimentar mediterrâneo pode diminuir os componentes negativos do estresse percebido e melhorar seus aspectos positivos. Por outro lado, a dieta ocidental pode exacerbar o estresse promovendo inflamação e perturbando o equilíbrio dos hormônios que regulam o estresse.
Alguns componentes da dieta ocidental, como carne e laticínios, não estavam tão fortemente associados ao aumento do estresse quanto outros componentes, como fast food e lanches açucarados. Certas proteínas animais mostraram uma leve associação negativa com o estresse, possivelmente devido ao seu conteúdo de nutrientes como a tirosina, um precursor do neurotransmissor dopamina.
Quais são as implicações futuras?
Embora os resultados sejam promissores, o estudo possui limitações. Uma das principais limitações é o desenho transversal, que observa os hábitos alimentares e níveis de estresse dos participantes em um único ponto no tempo. Estudos longitudinais que seguem os participantes ao longo do tempo seriam necessários para estabelecer uma relação de causa e efeito mais clara.
Além disso, o estudo se baseou em dados autorrelatados, o que pode introduzir viés. A amostra, composta principalmente por estudantes universitários, pode não representar a população em geral. Futuras pesquisas devem incluir amostras mais diversas para verificar se os achados são válidos para diferentes faixas etárias e origens.
Considerações finais sobre o estudo
Este estudo abre novas questões para pesquisas futuras, como quais componentes específicos da dieta mediterrânea são mais eficazes na redução do estresse e os mecanismos biológicos subjacentes à relação entre dieta e estresse.
A pesquisa sugere que os alimentos da dieta mediterrânea são ricos em antioxidantes e agentes anti-inflamatórios, enquanto a dieta ocidental carece desses nutrientes e inclui uma alta proporção de gorduras ômega-6 em relação às ômega-3, que promovem inflamação.
A pesquisa, intitulada “Effects of Mediterranean and Western dietary patterns on perceived stress and mental distress”, foi liderada por Ushima Chowdhury, Sabrina Bubis, Katerina Nagorny, Megan Welch, Lexis Rosenberg e Lina Begdache.
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