Estado de emergência em Papua Nova Guiné: revolta causa 16 mortes
O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape, declarou estado de emergência nesta quinta-feira, 11, suspendendo funcionários do governo e da polícia após a morte de...
O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape, declarou estado de emergência nesta quinta-feira, 11, suspendendo funcionários do governo e da polícia após a morte de 16 pessoas durante uma revolta que agita a nação insular do Pacífico.
Uma manifestação promovida na quarta-feira, 10, por policiais e funcionários públicos em reação ao corte salarial — que as autoridades alegam ter sido causado por um erro administrativo —, evoluiu para um cenário de desordem.
De acordo com imagens transmitidas pela televisão, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital Port Moresby, muitas delas carregando mercadorias aparentemente saqueadas, enquanto nuvens de fumaça preta pairavam sobre a cidade.
Rebelião causou mortes em Moresby e Lae
Segundo a rede australiana ABC, em Port Moresby ocorreram nove mortes durante a revolta e, em Lae, região norte do país rico em ouro e cobre, ocorreram mais sete óbitos. Marape anunciou, durante entrevista coletiva, que suspendeu o chefe de polícia da Papua Nova Guiné e os principais burocratas dos departamentos de Finanças e Tesouro, enquanto uma revisão governamental investiga as causas dos distúrbios.
“Existem evidências de que a revolta foi organizada”, disse Marape aos jornalistas, complementando que a revisão garantirá que a democracia e a lei sejam preservadas. O primeiro-ministro acrescentou que cerca de mil militares foram colocados em alerta para evitar desordens futuras.
Calma temporária e tensão permanente
Na capital, a violência diminuiu nesta quinta-feira, 11, graças ao envio de mais policiais pelo governo para garantir a ordem. A embaixada dos EUA em Port Moresby afirmou que a polícia voltou ao trabalho, mas as tensões permanecem altas. Segundo a embaixada, a relativa calma pode mudar a qualquer momento. Dezenas de relatos de violência em várias outras regiões do país chegaram ao consulado.
Vários cidadãos chineses sofreram ferimentos leves. Lojas de propriedade chinesa foram alvo de vandalismo e saques, segundo a embaixada chinesa. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que a alta comissão do país está monitorando a situação e que Canberra não recebeu nenhum pedido de ajuda da Papua Nova Guiné.
Crise de segurança em Papua Nova Guiné
A polícia de Papua Nova Guiné enfrenta uma crise de segurança com o aumento da criminalidade violenta nos últimos anos. Marape afirmou que reforçar a segurança ajudará a atrair investimentos estrangeiros nas reservas de ouro e cobre de PNG. Na quarta-feira, policiais entraram em greve após notar uma redução nos seus salários. O governo negou que um novo imposto tenha sido imposto à polícia e Marape assegurou que qualquer erro administrativo que tenha causado a redução salarial será corrigido.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)