O Uruguai vai às urnas neste domingo, 24, para decidir quem será o próximo presidente do país: o esquerdista Yamandú Orsi, da Frente Ampla, ou o direitista Álvaro Delgado, do Partido Nacional. O segundo turno está marcado por uma disputa acirrada, com pesquisas indicando empate técnico entre os candidatos.

Orsi, de 57 anos, foi prefeito de Canelones e é aliado do ex-presidente José Mujica. A campanha aposta no bom desempenho da Frente Ampla nas eleições legislativas, que garantiu maioria no Senado e na Câmara.

Já Delgado, de 55 anos, é veterinário e foi secretário do atual presidente Luis Lacalle Pou. Ele busca dar continuidade às políticas do governo, com destaque para pautas de segurança e infraestrutura, além de ampliar negociações comerciais.

Pesquisas divulgadas na última semana mostram Orsi com 47% das intenções de voto e Delgado com 46%, dentro da margem de erro. 

No primeiro turno, em 27 de outubro, Orsi obteve 46,1% dos votos, enquanto Delgado ficou com 28,2%. Apesar dessa diferença, a soma dos votos dos partidos que compõem a coalizão de direita supera a votação da Frente Ampla, mantendo a disputa imprevisível.

Analistas apontam que o resultado pode ser definido por menos de 50 mil votos, repetindo o cenário apertado de 2019, quando a vitória de Lacalle Pou foi confirmada apenas quatro dias depois do pleito.

Quase 3 milhões de uruguaios decidirão quem governará o Uruguai pelos próximos cinco anos. A legislação do país proíbe a reeleição imediata, e Lacalle Pou encerrará seu mandato com 50% de aprovação.

História da Frente Ampla

A Frente Ampla foi fundada ainda em 1971, antes do início da última ditadura militar no país, com a participação de partidos, sindicatos e organizações civis.

Hoje há grupos de várias ideologias lá dentro, dos marxistas mais revolucionários a social-democratas moderados.

Tabaré Vázquez foi eleito presidente em 2004 para a presidência. Ele foi o primeiro presidente de esquerda do Uruguai, representando o Partido Socialista, integrante da Frente Ampla. Ele foi eleito novamente em 2019.

José “Pepe” Mujica era do Movimento da Participação Popular, MPP, também integrante da Frente Ampla. Ele governou o país de 2010 a 2015.

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