Especialista alerta que imigração em massa prejudica empregos de negros nos EUA
Roy Beck afirma que o aumento de trabalhadores estrangeiros nos Estados Unidos impacta diretamente as comunidades negras
A recente onda de imigração nos Estados Unidos está prejudicando as oportunidades de emprego para os negros, particularmente os menos qualificados profissionalmente.
Segundo o especialista em imigração Roy Beck, fundador da organização NúmerosEUA, que defende a redução da imigração, o aumento de trabalhadores estrangeiros está pressionando o mercado de trabalho e resultando em perdas significativas para a comunidade negra.
Dados do departamento de estatísticas trabalhistas americano indicam que, nos últimos 12 meses, os trabalhadores nascidos nos EUA perderam mais de 1,3 milhão de empregos, enquanto trabalhadores estrangeiros ganharam cerca de 1,2 milhão de vagas.
“Sempre que a imigração atinge altos níveis, as rendas dos homens negros caem, e a disparidade racial nos salários aumenta”, explicou Beck. Ele argumenta que a imigração desenfreada afeta de forma desproporcional os negros, historicamente já prejudicados pela discriminação no mercado de trabalho.
Em seu livro “No Fim da Fila de Contratação: Uma História de 200 Anos de Ondas de Imigração, Discriminação dos Empregadores e Depressão da Riqueza Negra“, Beck analisa como, ao longo dos séculos, ondas de imigração nos EUA prejudicaram as oportunidades econômicas dos negros.
Ele cita estudos que mostram que quando há uma diminuição no fluxo migratório, as condições de emprego para homens negros e suas famílias melhoram substancialmente. “Em mercados de trabalho apertados, quando há menos imigração, os negros se beneficiam mais”, acrescentou.
Dados mais recentes apontam que o desemprego entre homens negros adultos atingiu 6,1% em agosto, uma taxa consideravelmente maior que a dos homens brancos, de 3,8%. Embora o governo de Joe Biden tenha comemorado o fato de que a taxa de desemprego entre negros em abril deste ano, de 5,6%, ainda era inferior à média histórica de 8% entre 2016 e 2020, especialistas como Beck veem a situação com preocupação.
Ele argumenta que a política de portas abertas para trabalhadores estrangeiros agrava o problema, já que os empregos que poderiam ser preenchidos por americanos, incluindo negros, estão sendo ocupados por imigrantes.
O impacto é mais sentido em grandes centros urbanos, como Chicago, Filadélfia e Houston, onde líderes comunitários têm denunciado o aumento da concorrência por empregos e moradia devido à chegada em massa de imigrantes.
“Líderes locais estão começando a falar mais sobre isso, mas os líderes nacionais parecem ignorar o problema devido a alianças políticas”, disse Beck. Ele acredita que essas alianças, especialmente entre lideranças negras e hispânicas, são uma das razões pelas quais o impacto da imigração nas comunidades negras não recebe mais atenção.
Beck também ressalta que, embora os imigrantes criem novos empregos, a concorrência no mercado de trabalho para vagas que não exigem alta qualificação prejudica os americanos de todas as etnias, mas afeta particularmente os negros. “Ainda existe discriminação racial no mercado de trabalho, e os negros muitas vezes são os últimos a serem contratados”, concluiu.
O especialista prevê que, caso o fluxo migratório continue nos níveis atuais, a situação das comunidades negras poderá se agravar, com mais perdas de empregos e maiores disparidades salariais.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)