Espancamento deixa adolescente em coma e divide a França
Hassiba, mãe da vítima, relatou que a agressora rotulava Samara como "kouffar" (infiel, em árabe) devido ao estilo de vestimenta e uso de maquiagem de Samara
A França está chocada após um ataque violento contra uma jovem identificada como Samara, adolescente de 14 anos, em Montpellier. O incidente ocorrido na última terça-feira (2) levou a jovem e ser espancada. Ela está em estado de coma.
A mãe da vítima sugere que o motivo do linchamento poderia estar relacionado a comportamentos considerados “não islâmicos” por parte dos agressores. O ataque gerou uma ampla investigação governamental e causou comoção política em todo o país, ocorrendo dias após ameaças de morte contra a diretora de uma escola parisiense que solicitou a remoção do véu muçulmano de uma aluna.
O Ministério da Educação, liderado por Nicole Belloubet, lançou uma investigação administrativa para esclarecer os fatos e responsabilidades, prometendo tomar medidas adequadas. O presidente Emmanuel Macron também se pronunciou, pedindo cautela e aguardando os resultados completos das investigações judiciais e administrativas.
Um dos acusados, também estudante da mesma escola e de 14 anos, foi detido e admitiu ter agredido Samara. Outros dois menores, de 14 e 15 anos, foram igualmente presos. Hassiba, mãe da vítima, relatou à BFMTV que a agressora rotulava Samara como “kouffar” (infiel, em árabe) e “kahba” (prostituta, em árabe), devido ao estilo de vestimenta europeu e uso de maquiagem de Samara, contrastando com o véu usado pela agressora.
O ataque a Samara foi precedido por um aviso da diretora da escola à mãe, alertando sobre um grupo à espera da menina do lado de fora. Apesar dos esforços para manter Samara segura, ela acabou saindo da escola e sendo atacada. A mãe da vítima alertou contra a exploração política da dor de sua filha pela “extrema-direita”, enquanto a motivação exata do ataque permanece incerta.
A suposição de que o incidente tenha sido motivado por questões religiosas provocou reações políticas acaloradas. Marine Le Pen e outros políticos condenaram o ataque como um reflexo do islamismo radical, enquanto membros da esquerda francesa destacaram o ataque como um ato sexista, defendendo o direito das mulheres de se vestirem como desejarem.
As primeiras notícias sobre o caso relacionavam a agressão à uma conta falsa no Snapchat, mas com o avanço das investigações a possibilidade de motivação por intolerância religiosa ganhou força.
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