Escassez de médicos ameaçam saúde na Coreia do Sul
Greve de médicos na Coreia do Sul agrava a escassez em cidades pequenas, ameaçando o atendimento médico e causando crise na saúde.
As pequenas cidades da Coreia do Sul estão enfrentando uma grave escassez de médicos devido à greve nacional de médicos em treinamento, que já dura três meses. O movimento protesta contra os planos governamentais de combater essa falta aumentando o número de vagas nas faculdades de medicina.
Detalhes Sobre a Crise na Saúde Sul-Coreana
No coração dessa crise está a tentativa do governo sul-coreano de aumentar o número de estudantes de medicina a partir do próximo ano. Esses planos, porém, enfrentam forte oposição tanto de médicos residentes quanto de alguns grupos médicos, que questionam se essa medida realmente melhorará as péssimas condições de trabalho enfrentadas pela categoria.
Contexto Internacional: A Coreia do Sul possui apenas 2,6 médicos para cada 1.000 habitantes, um dos índices mais baixos entre os países desenvolvidos, segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para comparação, a Áustria, que lidera o ranking, conta com 5,5 médicos para cada 1.000 habitantes.
Como a Falta de Médicos Afeta o Atendimento
Em consequência dessa deficiência, até áreas essenciais como a cardiologia do Centro Médico de Incheon têm que contar com a ajuda de médicos itinerantes de um hospital universitário próximo, segundo informou Cho Seung-yeon, diretor do centro. Em algumas áreas, a falta de médicos levou ao fechamento temporário de departamentos inteiros, como foi o caso da unidade de rim artificial, fechada por quase dois anos.
Reação da Associação Médica da Coreia
Esta semana, a Associação Médica da Coreia, uma das principais críticas das reformas do governo, acusou o diretor Cho e outro funcionário de usar pessoal não licenciado para realizar procedimentos médicos. Cho negou essas acusações através de um porta-voz do hospital.
O Futuro da Saúde em Áreas Menos Populosas
O presidente da União dos Trabalhadores da Saúde e Médicos Coreana, Choi Hee-sun, expressou preocupação, afirmando que a greve prolongada prejudicará principalmente os assistentes médicos, que muitas vezes realizam algumas das funções dos médicos, porém sem a mesma proteção. “São apenas os médicos que dizem que não há escassez de médicos”, criticou Choi, destacando a necessidade urgente de diálogo construtivo entre o governo e os médicos grevistas.
Estudos indicam que fora da capital, onde há 4,82 médicos ativos para cada 1.000 pessoas, a situação é crítica em cidades como Incheon, com apenas 2,65 para a mesma proporção da população. Essa cidade registrou a maior taxa de mortes evitáveis do país, refletindo a qualidade do atendimento médico disponível.
Opinião Pública Sobre a Crise Atual
Yoon Geum-ja, uma senhora de 82 anos que passou um mês no hospital de Incheon, afirmou estar satisfeita com o sistema de saúde atualmente, mas compartilhou sua preocupação com o futuro: “Estou preocupada que não haja muitos médicos disponíveis no futuro”. Essa é uma preocupação que ecoa entre muitos cidadãos sul-coreanos à medida que a situação continua se desenvolvendo.
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