Escândalo de exploração sexual infantil expõe omissão histórica no Reino Unido
Autoridades negligenciaram abusos por décadas, temendo acusações de racismo; ativistas e jornalistas enfrentaram resistência ao expor os crimes
O Reino Unido vive as consequências de um dos maiores escândalos de exploração sexual infantil de sua história.
Por mais de 40 anos, grupos criminosos, compostos majoritariamente por homens de origem paquistanesa, abusaram sistematicamente de milhares de meninas em cidades como Rotherham, Rochdale, Oxford e Telford. Apesar das reiteradas denúncias, autoridades locais, polícia e promotores hesitaram em agir, criando um ciclo de impunidade.
Investigações apontam que, entre 1997 e 2013, pelo menos 1.400 meninas foram vítimas de abuso sexual em Rotherham. Muitas eram aliciadas com promessas de presentes, álcool e drogas, antes de serem submetidas a estupros e agressões.
Em várias ocasiões, as vítimas que buscaram ajuda foram ignoradas ou desacreditadas pela polícia, que chegou a culpar as denunciantes pelos crimes. Conselhos municipais e líderes políticos também falharam em proteger essas crianças, temendo que uma atuação mais incisiva pudesse ser interpretada como racismo, já que os abusadores pertenciam a minorias étnicas.
O silêncio foi quebrado em parte por jornalistas investigativos e ativistas como Julie Bindel e Ayaan Hirsi Ali. Ambas enfrentaram críticas e isolamento ao expor as omissões e os abusos.
Hirsi Ali, autora do livro Prey: Immigration, Islam, and the Erosion of Women’s Rights, destacou como questões de imigração e multiculturalismo mal gerido contribuíram para o encobrimento dos crimes. Jornalistas do The Times também desempenharam um papel crucial ao revelar documentos oficiais que confirmavam a negligência das autoridades.
O caso voltou aos holofotes recentemente após declarações do bilionário Elon Musk, que criticou o primeiro-ministro Keir Starmer por sua suposta omissão enquanto era promotor-chefe. A acusação gerou uma onda de questionamentos sobre a responsabilidade institucional e a disposição de autoridades em colocar questões políticas acima da proteção de vítimas vulneráveis.
O Reino Unido, agora, se vê diante do desafio de garantir que tais atrocidades jamais se repitam.
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Comentários (1)
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
09.01.2025 08:55Maldita hipocrisia woke!