“Era sempre uma competição: você ou eu”, diz Merkel sobre Trump
Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, publicada nesta sexta-feira, 22 de novembro, a ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, expressou seu pesar pelo retorno de Donald Trump
Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, publicada nesta sexta-feira, 22 de novembro, a ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, expressou seu pesar pelo retorno de Donald Trump ao poder, descrevendo cada encontro com o ex-presidente norte-americano como uma disputa constante. “Era sempre uma competição: você ou eu”, afirmou Merkel.
Merkel destacou que Trump representa um desafio global, especialmente para o multilateralismo. “O que nos aguarda agora não é fácil”, comentou ela, salientando que o presidente dos Estados Unidos tem o respaldo da economia mais poderosa do mundo e do dólar como moeda predominante.
Sem apertos de mãos
Durante seus 16 anos de mandato, Merkel trabalhou com quatro presidentes americanos, incluindo Trump, cujo primeiro mandato foi notoriamente o período mais tenso nas relações entre Alemanha e Estados Unidos.
A ex-chanceler relembrou um momento emblemático em março de 2017 na Casa Branca, quando pediu discretamente a Trump para dar um aperto de mão para os fotógrafos. A solicitação foi ignorada por Trump, que permaneceu olhando à frente com as mãos juntas.
Segundo Merkel, sua tentativa de promover o aperto de mão tinha a intenção de ser construtiva, acreditando que talvez ele não tivesse percebido o desejo dos fotógrafos. Contudo, ela concluiu que a recusa fazia parte de uma estratégia deliberada do então presidente.
Natureza competitiva
Segundo Merkel, Trump é curioso e busca informações para usá-las em seu benefício próprio. “Quanto mais pessoas na sala, maior é seu desejo de sair como vencedor”, acrescentou ela, destacando a natureza competitiva dos encontros com Trump.
Merkel também expressou tristeza pela vitória de Trump sobre Kamala Harris nas eleições presidenciais de 5 de novembro. Ela revelou sua decepção por Hillary Clinton não ter vencido em 2016 e manifestou agora que teria preferido um resultado diferente.
Aos 70 anos, Merkel, uma democrata cristã de centro-direita que tem mantido um perfil discreto desde que deixou o cargo no final de 2021, está prestes a lançar suas memórias na próxima semana.
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