Entrevista com o Demônio: Filme cria polêmica com uso de IA
Obra tem chamado atenção não só pela narrativa intrigante, mas também pelo uso inovador de inteligência artificial nos processos de criação de alguns de seus gráficos.
O filme “Entrevista com o Demônio”, protagonizado pelo ator David Dastmalchian, tem chamado atenção não só pela narrativa intrigante, mas também pelo uso inovador de inteligência artificial (IA) nos processos de criação de alguns de seus gráficos.
A produção se tornou foco de discussões e controvérsias dentro da comunidade cinematográfica e além.
Em março, um usuário do Letterboxd provocou uma onda de debates ao apontar o uso de IA na criação gráfica do filme, destacando falhas e levantando questões éticas relacionadas ao trabalho artístico.
Diante das repercussões, inclusive reportagens de grandes veículos como a Variety, os diretores Colin e Cameron Cairnes foram levados a explicar e defender as escolhas criativas relacionadas ao uso dessa tecnologia.
Inteligência artificial está mudando o cinema
No coração do filme “Entrevista com o Demônio”, ambientado nos anos 1970, está a tentativa de recriar visuais retroativos usando a inteligência artificial.
Durante os intervalos de um show fictício, gráficos temáticos de Halloween gerados por IA capturam a atenção do espectador, porém nem sempre da maneira esperada.
A controvérsia surgiu quando as imagens, apesar de visualmente impressionantes, falharam em manter a autenticidade desejada da época, segundo alguns espectadores.
Resposta dos diretores à polêmica sobre IA em Entrevista com o Demônio
Os irmãos Cairnes responderam às críticas destacando que a IA foi uma ferramenta utilizada para esboçar imagens que posteriormente foram extensivamente editadas e melhoradas pelo time de design gráfico.
Afirmaram que estas escolhas foram fundamentais para alcançar o tom nostálgico que buscavam, complementando que o ilustrador Lukas Ketner desempenhou um papel essencial na criação da maioria dos gráficos do filme e que sua equipe era composta por profissionais apaixonados pela visão do projeto.
Inteligência artificial como ferramenta ou ameaça à Criatividade?
O caso de “Entrevista com o Demônio” reacende importantes debates sobre o balanceamento entre inovação tecnológica e autenticidade criativa.
Colin Cairnes chegou a mencionar em uma entrevista que, embora tenham utilizado IA, isto não substituiu o talento humano necessário para trazer o filme à vida.
Ele abordou ainda como a IA está sendo integrada de maneira ampla na indústria cinematográfica, não apenas em seu filme, mas praticamente em todas as grandes produções contemporâneas.
O dilema entre inovação e preservação da integridade artística é um tema central nesta discussão.
Enquanto ferramentas como a IA podem oferecer novas possibilidades de expressão e eficiência, elas também trazem consigo questionamentos sobre as implicações no emprego e na originalidade das obras.
Nesse panorama, a posição dos Cairnes de que a arte deve continuar com o ser humano no comando do processo criativo convida a indústria e o público a refletir sobre o papel da tecnologia no futuro da arte cinematográfica.
A discussão em torno de “Entrevista com o Demônio” nos oferece um vislumbre de como a inteligência artificial pode ser tanto uma aliada quanto um desafio no campo criativo.
No debate entre inovação e autenticidade, o futuro promete mais capítulos dessa complexa relação entre cinema e tecnologia.
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