Entenda como funciona o sistema de primárias eleitorais nos Estados Unidos
Diferente do Brasil, onde a maioria dos partidos políticos define seus candidatos por meio de processos internos, os Estados Unidos...
Diferente do Brasil, onde a maioria dos partidos políticos define seus candidatos por meio de processos internos, os Estados Unidos adotam um sistema de consulta pública que permite aos eleitores opinarem desde o início sobre quem disputará a Presidência da República.
Os dois únicos partidos dos EUA
Os liberais do partido democrata ocupam atualmente a Casa Branca, enquanto os conservadores republicanos desempenham o papel de oposição. Os democratas costumam defender a ampliação dos gastos e investimentos governamentais, enquanto os republicanos advogam por redução nos gastos e pela diminuição da presença do Estado na vida dos americanos.
O que são as primárias?
As prévias são a primeira etapa do processo eleitoral americano. Elas começam em janeiro e se estendem até junho. Durante esse período, políticos fazem campanha, arrecadam fundos, discutem propostas e tentam convencer os eleitores a votar em um dia pré-determinado. Esse precedente permite que o eleitor conheça melhor os pré-candidatos antes do pleito.
Origem das primárias
As prévias americanas não estão previstas na Constituição dos Estados Unidos. A adoção desse sistema começou em 1968, quando eleitores democratas organizaram-se para apoiar pré-candidatos contrários à Guerra do Vietnã. A iniciativa vingou e, na década de 1970, tanto democratas quanto republicanos criaram processos amplos para permitir que eleitores participassem da seleção de candidatos.
Primárias e caucus
Nos Estados Unidos, existem dois formatos de votação nas prévias: as primárias e os caucus. As primárias se assemelham a uma eleição regular. Já os caucus exigem que o eleitor demonstre publicamente seu apoio a um candidato, então, em um evento organizado pelo partido, é necessário expressar o voto em frente a todos os presentes.
Os postulantes iniciam suas apresentações com muita antecipação, um ano antes do início do processo eleitoral presidencial. Cada estado promove um pleito para selecionar o seu preferido como indicado do partido, e o vencedor global é oficialmente designado na Convenção Nacional Republicana (RNC) – uma significativa celebração política programada para julho de 2024.
Apuração e delegados
Após os concorrentes saírem vitoriosos nas Prévias das Convenções Partidárias, eles emergem como os únicos postulantes de suas respectivas legendas, marcando o início da segunda etapa do processo eleitoral. Nessa fase subsequente, surge o papel do “eleitor”, representando um delegado que votará diretamente na primeira segunda-feira após a segunda quarta-feira de dezembro.
A distribuição dos “eleitores” para cada um dos dois postulantes (o democrata e o republicano) é determinada pela quantidade de votos obtidos em cada estado. Em praticamente todos os estados, opera-se o seguinte sistema: se o candidato republicano conquistar a maioria dos votos populares, mesmo que seja por uma estreita margem de 51% a 49%, ele garante todos os votos dos delegados desse estado. Consequentemente, estados com um maior número de delegados, como a Califórnia, tornam-se foco de atenção tanto para os candidatos quanto para a mídia.
No total, os Estados Unidos possuem 538 delegados. A distribuição proporcional de delegados por estado é estabelecida pela representação do estado no Congresso, considerando o número de senadores e deputados. Tomemos como exemplo a Califórnia, que detém 55 delegados devido aos seus 2 senadores e 53 deputados no Congresso. Para serem eleitos, tanto o candidato à presidência quanto o candidato à vice-presidência precisam angariar a maioria absoluta dos votos dos delegados, totalizando, no mínimo, 270 votos.
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