Emmanuel Macron quer “trégua olímpica e política”
Questionado pelos jornalistas sobre a situação política na França à espera de um novo primeiro-ministro para substituir o governo demissionário, o Presidente da República absteve-se de qualquer resposta, destacando a “trégua olímpica e política” deste “festival desportivo”
Durante a sua visita à vila dos atletas na segunda-feira, 22 de julho, o presidente da França, Emmanuel Macron, lembrou a importância de uma “trégua olímpica e política” durante os Jogos.
Questionado pelos jornalistas sobre a situação política na França à espera de um novo primeiro-ministro para substituir o governo demissionário, o Presidente da República absteve-se de qualquer resposta, destacando a “trégua olímpica e política” deste “festival desportivo”.
A expressão “trégua política” soa como uma manobra diversiva por parte do Presidente. Quanto à trégua olímpica, o chefe de Estado já tinha mencionado, em meados de abril, a sua vontade de fazer tudo para ter uma trégua global durante os Jogos Olímpicos de Paris.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu-lhe então, durante uma entrevista, menos de um mês depois, que não acreditava num cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia durante o evento global. “Quem garante que a Rússia não aproveitará isto para trazer as suas tropas para o nosso território?”
O que é trégua olímpica?
Esta trégua, porém, não é uma ideia nova e constitui mesmo uma medida internacional tomada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 1993.
A “Trégua Olímpica” remonta à Antiguidade. Durante a Guerra do Peloponeso, Esparta foi de facto condenada a uma pesada multa de 2.000 minas por ter atacado um forte e enviado hoplitas para Lepreon, em Elis, durante os Jogos de Olímpia.
Como os espartanos não quiseram pagar a multa, foram excluídos da competição pelos eleanos. No entanto, deixando de lado este exemplo emblemático, importa referir que, para os gregos, tratava-se sobretudo de garantir a segurança dos atletas e espectadores que se deslocavam a Olímpia. Tratava-se, portanto, menos de uma busca de uma paz duradoura para todas as cidades gregas do que de uma questão periódica de ordem pública.
No vocabulário militar moderno, a trégua constitui a cessação dos conflitos armados e de toda hostilidade por um período determinado em virtude de um acordo (tácito ou não) entre as duas partes em conflito.
Os cessar-fogo durante a Primeira Guerra Mundial entre soldados franceses e alemães na época do Natal são um exemplo disso.
No entanto, mais uma vez, se certas tréguas militares intervieram durante este período, a “trégua olímpica” global foi um fracasso, uma vez que os Jogos Olímpicos de 1916 foram cancelados devido à guerra. Por outro lado, em 1936, os Jogos Olímpicos foram realizados em Berlim, apesar de Hitler estar no poder há três anos.
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