Ao lado de Boric, Lula não muda discurso sobre Venezuela
Petista voltou a equiparar a ditadura de Nicolás Maduro aos manifestantes pró-democracia na Venezuela
Em pronunciamento ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, em Santiago, Lula manteve seu discurso sobre a crise na Venezuela que sucedeu a fraude nas eleições de 28 de julho.
O petista voltou a equiparar a ditadura de Nicolás Maduro aos manifestantes pró-democracia na Venezuela.
“Expus [em conversa com Boric] as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro e Lopez Obrador em relação a processo político na Venezuela”, afirmou Lula em referência a um comunicado conjunto do Brasil com Colômbia e México.
“O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição“, acrescentou.
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O que diz a carta de Brasil, Colômbia e México?
O Brasil publicou, em 1º de agosto, uma nota conjunta com o México e Colômbia que diz: “Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”.
“As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos“, acrescenta.
Viagem ao Chile
Lula viajou para Santiago na noite deste domingo, 4 de agosto, para uma visita de Estado em meio a divergências com o presidente do Chile, Gabriel Boric, sobre a Venezuela.
A viagem deveria ter ocorrido em maio, mas foi adiada por causa da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.
O encontro ocorre em meio à crise na Venezuela desencadeada após a farsa eleitoral de Nicolás Maduro. Brasil e Chile tiveram posições diferentes em relação ao tema.
Em contraste a Brasil, Colômbia e México, Boric e chefes de Estado de países como Argentina, Panamá, Costa Rica, Peru e Uruguai denunciaram a farsa em declarações públicas.
“O regime de Maduro deve compreender que os resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo”, afirmou Boric no dia seguinte após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decretar a “vitória” eleitoral de Nicolás Maduro.
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