“Ela não”: feministas francesas marcham contra partido de Le Pen
“É uma imagem sombria que se apresenta para nós: se o Rassemblement Nacional vencer, seremos os primeiros a sermos atacados, com pessoas LGBTQ+ e imigrantes”, disse Suzy Rojtman, porta-voz do Coletivo Nacional pelos Direitos das Mulheres (CNDF)
Associações e sindicatos feministas convocam para este domingo, 23 de junho, uma mobilização geral contra o partido de Le Pen, Rassemblement National (RN), rotulado como sendo de “extrema direita.”
A uma semana da primeira volta das eleições legislativas – para as quais o RN é o favorito – a passeata tem por objetivo denunciar o “feminismo de fachada” e o “perigo real que representa” o RN para os direitos das mulheres. A convocação para o “alerta feminista” foi feito por mais de 200 associações (Fundação da Mulher, Planeamento Familiar, #Noustoutes…), ONG (Oxfam, França Terre d’Asile…) e sindicatos (CGT, CFDT…).
Além de Paris, eventos semelhantes foram anunciados em cerca de trinta outras cidades, como Bordéus, Clermont-Ferrand, Poitiers e Nice, etc.
“É uma imagem sombria que se apresenta para nós: se o Rassemblement Nacional vencer, seremos os primeiros a sermos atacados, com pessoas LGBTQ+ e imigrantes”, disse Suzy Rojtman, porta-voz do Coletivo Nacional pelos Direitos das Mulheres (CNDF).
“É muito óbvio na Europa: para onde foi a extrema direita, os direitos das mulheres regrediram de uma forma ou de outra”, acrescenta ela, citando a Itália da primeira-ministra Giorgia Meloni, que aprovou recentemente uma lei que autoriza a intervenção de associações anti-aborto em estruturas que organizam o acesso ao aborto. Recentemente, a ausência de menção ao aborto nos compromissos do G7 foi atribuída à Itália, o país anfitrião.
“Monopólio dos direitos das mulheres”
O Rasemblement Nacional denunciou esta semana o que chamou de “caricaturas” e “mentiras”. Num vídeo dirigido a “todas as mulheres de França”, transmitido nas redes sociais, o seu presidente, Jordan Bardella, acusou a “a extrema esquerda” de “assumir o monopólio dos direitos das mulheres”.
O possível futuro primeiro-ministro, em caso de maioria absoluta do RN nas eleições legislativas, prometeu garantir “os direitos e liberdades” de todas “as mulheres e meninas de França” e afirmou que “a igualdade entre mulheres e homens, a liberdade de vestir-se como quiser e o direito fundamental de dispor do próprio corpo” são “princípios inegociáveis”. Ele prometeu também “lutar contra os desertos médicos e particularmente ginecológicos”, além de fortalecer as sanções contra a violência contra as mulheres.
Estas promessas, por sua vez, provocaram a reação de associações que a denunciaram como “instrumentalização” e “impostura feminista”:
“A RN se autodenomina quase feminista, mas não nos enganamos”, diz Suzy Rojtman. do Coletivo Nacional pelos Direitos das Mulheres.
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