Egito propõe receber até 500 mil palestinos de Gaza, diz jornal
Oferta temporária de realocação foi apresentada durante conferência em Riade, segundo jornal libanês Al-Akhbar, ligado ao Hezbollah

O presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi, declarou que o país está disposto a receber temporariamente até 500 mil palestinos evacuados da Faixa de Gaza. A afirmação foi divulgada nesta sexta-feira, 21, pelo jornal libanês Al-Akhbar, ligado ao Hezbollah.
De acordo com a publicação, os palestinos seriam alocados em uma cidade no norte da Península do Sinai.
A proposta, segundo o jornal, foi feita durante uma conferência realizada em Riade, na Arábia Saudita, dedicada à situação no Oriente Médio e que contou com a presença do líder egípcio e de outras autoridades regionais.
A realocação, ainda que temporária, gerou reação negativa da Jordânia, país que se posicionou publicamente contra a transferência de palestinos para fora de Gaza.
Essa alegada iniciativa do Egito marca uma mudança em relação ao posicionamento adotado no início de março, quando o governo egípcio anunciou um plano próprio para a reconstrução da Faixa de Gaza.
Avaliado em US$ 53 bilhões e adotado pela cúpula da Liga Árabe, o projeto egípcio previa a permanência dos palestinos no território, com reconstrução em cinco fases, abrangendo infraestrutura, moradia e serviços essenciais.
Segundo fontes ouvidas pelo Al-Akhbar, o plano de El-Sisi não anula o compromisso do Egito com a reconstrução, mas seria uma medida emergencial diante da escalada do conflito entre Israel e o Hamas.
Até o momento, o governo egípcio não emitiu nota oficial confirmando ou negando a informação divulgada pelo jornal libanês.
O Ministério das Relações Exteriores do Egito, no entanto, havia declarado anteriormente que qualquer iniciativa envolvendo deslocamento populacional deveria respeitar o direito dos palestinos de permanecerem em seu território, como prevê o plano de reconstrução apoiado pelo Cairo.
Nos bastidores diplomáticos, países árabes temem que a realocação de palestinos leve a uma mudança demográfica permanente e enfraqueça as reivindicações por um Estado palestino com base nas fronteiras anteriores a 1967.
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Comentários (2)
LuÃs Silviano Marka
21.03.2025 10:28Aquilo não tem conserto. Realocar a população da faixa e patrolar tudo pra recomeçar do zero é o único caminho razoável.
Marcia Elizabeth Brunetti
21.03.2025 08:50Acho que todas as famílias palestinas que estão em situação crítica, passando fome, doenças etc. , é uma grande oportunidade. Espero que essa proposta se concretize !